Chefe da diplomacia da Coreia do Norte iniciou visita Rússia

A ministra dos Negócios Estrangeiros da Coreia do Norte, Choe Son Hui, chegou hoje à Rússia para uma visita oficial de dois dias, informaram as agências noticiosas locais, citando fontes diplomáticas russas.

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© ARTEM GEODAKYAN/POOL/AFP via Getty Images

Lusa
29/10/2024 09:08 ‧ há 4 semanas por Lusa

Mundo

Ucrânia/Rússia

A ministra chegou a Vladivostoque, no Extremo Oriente russo, e é esperada em Moscovo na quarta-feira, segundo as agências russas.

 

A visita de Choe Son Hui ocorre numa altura em que países ocidentais denunciam o envio de milhares de soldados norte-coreanos para combater na Ucrânia.

Na segunda-feira, os Estados Unidos acusaram a Coreia do Norte de ter enviado 10 mil soldados para treinos militares na Rússia, uma estimativa três vezes superior à que foi divulgada anteriormente pelas autoridades de Washington. 

Moscovo e Pyongyang intensificaram a cooperação militar desde o início da invasão russa da Ucrânia, em fevereiro de 2022, mas o envolvimento de tropas norte-coreanas nos combates representaria, segundo os Estados Unidos, o agravamento da situação.

"Acreditamos que a República Popular Democrática da Coreia (designação oficial da Coreia do Norte) enviou aproximadamente 10 mil soldados para treinar no leste da Rússia", o que "provavelmente" vai resultar em "um aumento das forças russas perto da Ucrânia nas próximas semanas", disse a porta-voz adjunta do Pentágono Sabrina Singh.

"Algumas" destas tropas já se aproximaram da Ucrânia, acrescentou a porta-voz do Departamento de Defesa dos Estados Unidos.

Hoje, o Presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, reagiu às estimativas do Pentágono considerando ilegal a cooperação militar entre a Rússia e a Coreia do Norte", que, acrescentou, representa "uma grande ameaça à segurança global".

No terreno, o Exército russo avançou 478 quilómetros quadrados (km2) em território ucraniano desde o início de outubro, o maior ganho territorial no período de um mês desde março de 2022, segundo uma análise da Agência France Presse com base em dados do Instituto Americano para o Estudo da Guerra (ISW).

No dia 27 de outubro, as forças russas tinham ganhado mais terreno do que em agosto e setembro (477 e 459 km2), que já tinham sido marcados por grandes movimentos da linha da frente, particularmente no leste da Ucrânia, perto da cidade de Pokrovsk.

Algumas horas antes das declarações do Pentágono, o secretário-geral da NATO, Mark Rutte, tinha também manifestado um aviso a partir da sede da Aliança Atlântica em Bruxelas.

"Posso confirmar que tropas norte-coreanas foram enviadas para a Rússia e que unidades militares norte-coreanas foram colocadas na região de Kursk", afirmou, referindo-se a um "agravamento significativa".

Este recurso às tropas norte-coreanas "é também um sinal da crescente preocupação de Vladimir Putin", sublinhou Mark Rutte.

"Mais de 600 mil soldados russos foram mortos ou feridos na guerra" desencadeada pelo Presidente russo, "incapaz de continuar o ataque à Ucrânia sem apoio estrangeiro", frisou Rutte.

Leia Também: Envio de soldados norte-coreanos para a Rússia é "ameaça significativa"

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