O parlamento venezuelano estabeleceu grupos de ligação ao Egito, Senegal, Jordânia e Cazaquistão, todos presididos por deputados do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), no poder, indicou em comunicado.
Os grupos vão trabalhar para fortalecer e consolidar as relações "diplomáticas e cooperativas" com aquelas nações, referiu a Assembleia.
O parlamento já estabeleceu grupos de amizade com Nepal, Quirguistão, Iraque, Bahrein, Azerbaijão, Laos, Líbano, Timor-Leste, Quénia, Gâmbia, Malásia e a União Africana.
A Venezuela, país que conta com uma expressiva comunidade de portugueses e de lusodescendentes, realizou eleições presidenciais a 28 de julho, com o Conselho Nacional Eleitoral a atribuir a vitória ao atual Presidente do país, Nicólas Maduro, com pouco mais de 51% dos votos, enquanto a oposição afirma que o seu candidato, o antigo diplomata Edmundo González Urrutia, obteve quase 70% dos votos.
A oposição venezuelana e muitos países denunciaram uma fraude eleitoral e exigiram que sejam apresentadas as atas de votação para uma verificação independente.
Os resultados eleitorais têm sido contestados nas ruas, com manifestações reprimidas pelas forças de segurança, com o registo, segundo as autoridades, de mais de 2.400 detenções, 27 mortos e 192 feridos.
O regime de Caracas disse estar em curso um golpe de Estado, mantendo nas ruas milhares de polícias e militares para controlar os manifestantes, e pediu à população que, de maneira anónima e através da aplicação VenAPP, denuncie quem promove os protestos.
A organização não-governamental venezuelana Foro Penal (FP) indicou que 1.953 pessoas estão detidas por motivos políticos na Venezuela, o maior número registado no século XXI.
Entre os detidos, 1.711 são homens, 242 mulheres, 69 adolescentes, incluindo 1.792 civis e 161 militares, acrescentou.
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