Delegação dos EUA a caminho de Israel para discussões de cessar-fogo

Uma delegação norte-americana viaja hoje para Israel para prosseguir negociações sobre o cessar-fogo na Faixa de Gaza e no Líbano, segundo o Departamento de Estado, que expressou inquietação pela ausência de respostas dos israelitas sobre os seus últimos ataques.

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© Photo by AMER HILABI/AFP via Getty Images

Lusa
30/10/2024 19:58 ‧ 30/10/2024 por Lusa

Mundo

Médio Oriente

Amos Hochstein, enviado do Presidente norte-americano para o Líbano, e Brett McGurk, responsável pelo Médio Oriente na Casa Branca, vão liderar estas discussões com Israel, indicou hoje o porta-voz do Departamento de Estado aos jornalistas.

 

Matthew Miller disse que os dois responsáveis ??"vão discutir uma resolução diplomática no Líbano, bem como formas de pôr fim ao conflito em Gaza".

Os Estados Unidos, ao lado do Egito e do Qatar, tentam há meses obter um acordo de cessar-fogo entre Israel e o grupo islamita palestiniano Hamas na Faixa de Gaza, mais de um ano depois do início da guerra, que entretanto se alastrou ao Líbano.

Segundo o porta-voz do Departamento de Estado (equivalente ao Ministério dos Negócios Estrangeiros), Washington procura igualmente "uma solução diplomática que permita aos civis, tanto no Líbano como em Israel, regressar a casa", ao mesmo tempo que insta as forças israelitas a absterem-se de "danos consideráveis" na frente libanesa contra o grupo xiita Hezbollah.

"Deixámos claro que a campanha que estão a travar no Líbano não deve, nem pode, assemelhar-se à que travaram em Gaza", declarou Matthew Miller.

Os Estados Unidos expressaram a sua frustração pela ausência de respostas de Israel às suas preocupações em relação aos ataques israelitas na Faixa de Gaza, particularmente em Beit Lahia na terça-feira, onde quase cem pessoas foram mortas, incluindo mulheres e crianças.

"Ainda não temos uma explicação. Eles contaram-nos o que disseram publicamente, que estavam a investigar o assunto, e nós pressionámo-los para que nos dessem uma resposta", afirmou o porta-voz, que acrescentou: "Não estão a fazer o suficiente para nos dar as respostas que pedimos".

O novo conflito no Médio Oriente foi desencadeado em 07 de outubro de 2023 com um ataque sem precedentes do Hamas em solo israelita, que matou mais de 1.200 pessoas, sobretudo civis, e outras cerca de 250 foram levadas como reféns.

Israel retaliou com uma ofensiva em grande escala na Faixa de Gaza, que já deixou mais de 43 mil mortos, também maioritariamente civis, de acordo com as autoridades locais controladas pelo grupo palestiniano.

A guerra alastrou-se ao Líbano, onde, após quase um ano de trocas de tiros ao longo da fronteira israelo-libanesa, Israel lançou desde 23 de setembro um forte ataque contra o Hezbollah, que, segundo as autoridades de Beirute, já provocou mais de 2.800 mortos, a maioria dos quais no último mês, e cerca de 1,2 milhões de deslocados.

Leia Também: Médio Oriente vive "momento mais perigoso" em décadas

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