Arménia bate Azerbaijão e vai acolher cimeira da biodiversidade em 2026
A Arménia foi escolhida, em vez do vizinho e rival Azerbaijão, para acolher a 17.ª Conferência das Partes da Convenção da Organização das Nações Unidas sobre Diversidade Biológica (COP17), em 2026.
© Lusa
Mundo Arménia
A decisão foi conhecida na quinta-feira à noite, após uma votação sem precedentes dos países membros da Convenção sobre a Diversidade Biológica (CDB) reunidos na Colômbia para a COP16.
Os dois países, em conflito há décadas, eram ambos candidatos e, pela primeira vez na história da CDB, foi necessário organizar uma votação secreta para chegar a uma decisão.
Desde o nascimento da convenção, em 1992, os países membros tinham sempre acabado por encontrar um consenso sobre o país anfitrião, confirmou o porta-voz da CDB, David Ainsworth.
A Arménia venceu com 65 votos contra 58, anunciou em plenário a ministra do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável colombiana, Susana Muhamad, a presidente da COP16, que está a decorrer na cidade de Cali, no sudoeste da Colômbia.
O Presidente da Arménia, Vahagn Khachaturyan, foi um dos poucos chefes de Estado que participou na terça-feira na reunião ministerial da COP16, no qual participou também o secretário-geral da ONU, António Guterres.
As duas antigas repúblicas soviéticas estão em conflito há décadas por causa de Nagorno-Karabakh, um enclave montanhoso sob a soberania do Azerbaijão.
Povoada principalmente por arménios, foi retomada por Baku numa operação militar em setembro de 2023, e toda a população de quase 120 mil pessoas refugiou-se na Arménia.
As conversações de paz entre os dois países ainda não foram concluídas, apesar da crescente pressão da comunidade internacional sobre Baku para que o acordo de paz seja assinado antes da COP29.
O Azerbaijão irá acolher uma outra importante cimeira das Nações Unidas, dedicada ao clima (COP29), entre 10 e 22 de novembro.
Mas é na COP17, em 2026, que os países deverão fazer um balanço a médio prazo e, possivelmente, reforçar os seus esforços para atingir os objetivos fixados há dois anos.
Em 2022, foi alcançado um acordo que contempla 23 objetivos a cumprir até 2030, como colocar 30% das terras e mares em área protegidas, reduzir para metade os riscos dos pesticidas e a introdução de espécies invasoras, reduzir as subvenções nefastas à agricultura intensiva ou às energias fósseis que atingem 500 mil milhões de dólares (460 mil milhões de euros).
Mas a credibilidade desta avaliação depende de regras complexas que deveriam ser adotadas em Cali.
Os delegados de mais de 190 países que participam na cimeira, que termina hoje, não chegaram até ao momento a qualquer esboço de compromisso no braço de ferro financeiro que opõe Estados do Norte e do Sul.
O acordo de 2022 prevê elevar para 200 mil milhões de dólares (184 mil milhões de euros) as despesas anuais mundiais para a natureza. Deste montante, os Estados desenvolvidos comprometeram-se a elevar a sua ajuda anual para 30 mil milhões de dólares (28 mil milhões de euros) em 2030, dos 15 mil milhões de dólares (13,8 mil milhões de euros) de 2022, conforme a quantificação da OCDE.
Mas a maneira de mobilizar este dinheiro e distribuí-lo é o ponto nevrálgico da COP16.
Os países em desenvolvimento reclamam a criação de um novo fundo, colocado sob a autoridade da COP, mais favorável aos seus interesses que os fundos multilaterais atuais, como o Fundo Mundial para o Ambiente, considerados de acesso difícil e injustos.
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