Um dos líderes, de origem iraquiana, foi condenado a 15 anos de prisão e multado em 200.000 euros.
"Estas sentenças são obviamente muito severas", disse Kamel Abbas, um advogado que representou um dos arguidos já presos em França, citado pela agência norte-americana AP. O grupo foi acusado após uma operação policial realizada em 2022, que levou a várias detenções e à apreensão de embarcações, coletes salva-vidas e dinheiro.
A maioria dos arguidos não esteve presente no tribunal para assistir à sentença.
Alguns assistiram ao julgamento à distância a partir de várias prisões do norte de França, mas alguns dos elementos do grupo não se encontram detidos.
Catorze dos 18 arguidos em Lille são iraquianos e os restantes são iranianos, polacos, franceses e neerlandeses.
A operação policial realizada em 2022 envolveu detenções na Alemanha, França, Países Baixos e Reino Unido.
A rede traficava cerca de 10.000 pessoas através das movimentadas rotas marítimas do Canal da Mancha.
As rusgas policiais levaram também à apreensão de 135 embarcações na Alemanha e nos Países Baixos.
Os migrantes utilizam as vastas praias do norte de França como pontos de partida para as tentativas de travessia para o Reino Unido.
Muitos preferem o Reino Unido como destino por razões linguísticas ou de laços familiares, ou porque acreditam que obter asilo ou encontrar trabalho sem documentos de imigração será mais fácil do que no continente.
As regras de asilo cada vez mais rigorosas da Europa, a xenofobia crescente e o tratamento hostil também estão a empurrar muitos migrantes para norte.
Os governos britânico e francês trabalharam durante anos para impedir as travessias arriscadas, mas não conseguiram dissuadir as pessoas que fogem de conflitos ou da pobreza extrema.
Os traficantes de migrantes cobram milhares de euros por pessoa pela passagem.
Mais de 31.000 migrantes fizeram a perigosa travessia do Canal da Mancha desde o início do ano, mais do que em todo o ano de 2023, embora menos do que em 2022.
Pelo menos 56 pessoas morreram nas tentativas deste ano, de acordo com as autoridades francesas, tornando 2024 o mais mortal desde que as travessias começaram a aumentar em 2018.
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