Macron e Trump querem trabalhar para regresso da paz e da estabilidade
O Presidente francês, Emmanuel Macron, e o Presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, manifestaram hoje a "vontade de trabalhar para o regresso da paz e da estabilidade", face às crises internacionais, segundo a Presidência francesa.
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Durante uma "excelente conversa de 25 minutos" por telefone, o chefe de Estado francês "sublinhou a importância do papel da Europa e disse ao Presidente Trump que estava disposto a continuar esta conversa e a trabalhar em conjunto sobre estas questões", afirmou o Eliseu.
O Presidente francês referiu ainda que este trabalho conjunto passará pelas "grandes crises internacionais em curso", em particular da Ucrânia e do Médio Oriente, "quando [Donald Trump] tomar posse" no final de janeiro de 2025, após a vitória do candidato republicano à Casa Branca.
Na troca de impressões que o Eliseu descreveu como "animada", os dois políticos concordaram em "permanecer em contacto" no futuro.
Emmanuel Macron também tomou a iniciativa de falar hoje com o chanceler alemão Olaf Scholz para afirmarem juntos a necessidade de "uma Europa mais unida, mais forte, mais soberana neste novo contexto".
"Macron tem uma ideia muito clara do que um Trump 2.0 significaria para a União Europeia", disse Mujtaba Rahman, diretor do grupo de reflexão Eurasia, à agência noticiosa AFP.
Também a extrema-direita francesa reagiu à vitória de Trump, com a líder da União Nacional (RN) Marine Le Pen, que se manteve em silêncio durante o período de eleições - ao contrário do que aconteceu em 2016 e 2020 - a publicar uma mensagem na rede social X, em que congratula o bilionário e deseja "todo o sucesso na sua nova presidência dos Estados Unidos".
"A democracia americana foi claramente expressa e os americanos escolheram livremente o Presidente que escolheram. Esta nova era política que se abre deve contribuir para o fortalecimento das relações bilaterais e para a prossecução do diálogo e da cooperação construtiva na cena internacional", acrescentou.
Jordan Bardella, atual líder do RN, referiu que "estas eleições americanas devem soar como um alerta" para os franceses e europeus, que devem repensar a relação com o poder e a autonomia estratégica.
"Já que Donald Trump nos convida a nos defendermos, acreditemos na sua palavra (...) temos agora de tomar o nosso destino nas nossas próprias mãos. Ninguém fará isso por nós", afirmou.
Já os partidos de esquerda mostram-se preocupados com a vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais americanas, perante o regresso ao poder do republicano reacionário e anti-migrantes.
"Os americanos escolheram um bilionário de 78 anos, negacionista do clima, condenado por crimes e para quem os migrantes comem cães e gatos. Em vez de uma mulher que alerta para a ameaça fascista e defende o direito ao aborto", afirmou a deputada ecologista Clémentine Autain na rede social X.
Para a deputada francesa, "trata-se de uma catástrofe mundial, da qual os ucranianos e os palestinianos serão ainda mais vítimas".
"Os EUA não puderam escolher a esquerda: não havia nenhuma", disse Jean-Luc Mélenchon, líder da França Insubmissa (LFI, esquerda radical) acrescentando que "quando não há esquerda, não há limite para a direita".
"A vitória de Trump é a consequência imparável desta situação", disse o líder da extrema-esquerda francesa.
O republicano Donald Trump foi eleito o 47º Presidente dos Estados Unidos tendo já conquistado mais do que os 270 votos do colégio eleitoral necessários, quando ainda decorre o apuramento dos resultados. Trump segue também à frente da adversária democrata Kamala Harris no voto popular, com 51,1% contra 47,4% dos votos contados.
O Partido Republicano recuperou ainda o Senado ao ultrapassar a fasquia de 51 eleitos, enquanto na Câmara dos Representantes segue igualmente na frente no apuramento com 201 mandatos, a apenas 17 da maioria.
[Notícia atualizada às 19h33]
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