Autoridades bielorrussas lançam nova onda de repressão antes das eleições
O Centro de Direitos Humanos "Viasna" denunciou hoje uma nova onde de detenções por parte das autoridades bielorrussas, com a intenção de erradicar qualquer sinal de dissidência antes das eleições presidenciais de janeiro.
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Mundo Bielorrússia
De acordo com o grupo, foram detidas mais de 100 pessoas desde quinta-feira e as detenções visaram especificamente participantes em 'chats online' criados por moradores de prédios de apartamentos para coordenar questões do dia-a-dia, como a manutenção da casa e serviços comunicados.
Durante as manifestações massivas após as presidenciais de 2020, consideradas fraudulentas pela oposição e pelo Ocidente, esses 'chats' foram amplamente utilizados para a coordenação de protestos.
As autoridades bielorrussas responderam às manifestações com uma repressão abrangente, que resultou na detenção de cerca de 65.000 pessoas.
Algumas das principais figuras da oposição foram presas ou fugiram do país durante a repressão e, segundo ativistas dos direitos humanos, 1.300 presos políticos estão detidos na Bielorrússia, muitos deles privados de cuidados médicos adequados e de contacto com as suas famílias.
Pouco antes da última vaga de detenções, as autoridades designaram dezenas de 'chats online' como parte de uma alegada rede nacional "extremista".
Alguns dos detidos foram acusados de planear uma "conspiração para tomar o poder", com penas de prisão até 15 anos.
As prisões bielorrussas já estão sobrelotadas, com 15 a 20 reclusos amontoados em celas destinadas a três reclusos.
"A nova onda massiva de prisões e buscas é uma ação planeada de intimidação antes das eleições", disse um representante da Viasna, Pavel Sapelka.
No início da semana, a Comissão Eleitoral Central da Bielorrússia permitiu que sete políticos leais a Alexander Lukashenko começassem a recolher assinaturas para concorrer contra o Presidente nas eleições marcadas para 26 de janeiro, numa aparente tentativa de criar uma aparência de competição.
Por outro lado, a Comissão Eleitoral recusou que dois políticos da oposição recolhessem assinaturas para tentarem qualificar-se para a corrida.
A líder da oposição da Bielorrússia, Sviatlana Tsikhanouskaya, exilada depois de desafiar Lukashenko nas eleições presidenciais de 2020, instou o Ocidente a responder às recentes detenções.
"A escala da última onda de repressão reflete a atmosfera de terror da falsa eleição presidencial", afirmou, num apelo aos bielorrussos para que votem contra todos os candidatos.
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