Macron pede que UE "não delegue" a sua segurança aos EUA

O Presidente francês, Emmanuel Macron, pediu hoje que a União Europeia (UE) "não delegue" a sua segurança aos Estados Unidos, quando espera que o novo Presidente norte-americano, Donald Trump, se foque "nos interesses" do país.

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© BENOIT TESSIER/POOL/AFP via Getty Images

Lusa
07/11/2024 12:46 ‧ 07/11/2024 por Lusa

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França

 "Não podemos delegar a nossa segurança nos americanos e é importante enviar a mensagem de que somos fornecedores de soluções de segurança, agora, à volta desta mesa. Quer se lembrem da União Europeia ou não, nós produzimos, temos de assegurar a preferência europeia em torno da produção industrial", disse Emmanuel Macron.

 

Falando em Budapeste, no arranque da cimeira da Comunidade Política Europeia, o chefe de Estado francês salientou: "Não nos podemos dar ao luxo de desaparecer geopoliticamente, não podemos ser um mercado que segue outras potências económicas, potências económicas comerciais e, por isso, temos de decidir defender os nossos interesses nacionais e europeus, acreditar na nossa autonomia estratégica como soberania, porque não queremos ser tributários, não queremos ser um mercado que é delegado a outros".

Líderes europeus vão hoje reunir-se na quinta cimeira da Comunidade Política Europeia e num jantar informal do Conselho Europeu, na capital húngara, com o foco nos desafios europeus de competitividade e de defesa, num contexto de mudanças políticas nos Estados Unidos, depois de o republicano Donald Trump ter sido eleito na terça-feira o 47.º Presidente dos Estados Unidos.

"Falei com o Presidente eleito Donald Trump e, alguns de nós à volta desta mesa estão familiarizados com a sua anterior Presidência, mas penso que o nosso papel aqui na Europa não é comentar a eleição de Donald Trump, seja ela boa ou má. Ele é americano, defenderá os interesses americanos e é legítimo", comentou Emmanuel Macron.

Falando aos seus homólogos da Europa, o responsável exortou: "Nós temos de estar preparados para defender os interesses dos europeus. Essa é a nossa questão e essa deve ser a nossa prioridade".

"Não queremos que outros afetem as nossas escolhas técnicas e geopolíticas", adiantou.

Um total de 48 participantes -- incluindo responsáveis de quatro instituições e de 44 países -- junta-se hoje em Budapeste para a quinta cimeira da Comunidade Política Europeia. Entre os líderes das instituições estão as presidentes da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, bem como o líder do Conselho Europeu, Charles Michel e o secretário-geral da NATO, Mark Rutte. A esta lista acresce o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.

Criada em 2022 após a invasão russa da Ucrânia, a Comunidade Política Europeia é uma plataforma de coordenação política para debates sobre o futuro da Europa.

Após esta cimeira, que decorre durante o dia no estádio Puskás Arena, inicia-se o Conselho Europeu informal com um jantar dos chefes de Governo e de Estado da UE no edifício do parlamento húngaro.

Em ambos os encontros de alto nível, Portugal está representado pelo primeiro-ministro, Luís Montenegro.

Leia Também: Rússia aconselha Ocidente a promover negociações sobre a guerra

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