Cinco milhões de moçambicanos fora de insegurança alimentar desde 2019

O presidente de Moçambique disse hoje que cerca de cinco milhões de moçambicanos saíram da situação de insegurança alimentar entre 2019 e 2024 em resultado da implementação do programa agrário Sustenta.

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Lusa
08/11/2024 14:19 ‧ 08/11/2024 por Lusa

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Moçambique

Filipe Nyusi, que falava na província de Maputo, no sul do país, no quadro do lançamento da campanha agrária 2024/2025, defendeu que a implementação do programa agrário Sustenta à escala nacional, entre 2019-2020 e 2022-2024 "foi um sucesso".

 

Nyusi apontou como um dos indicadores o crescimento de volume de produtos de exportação, sobretudo os considerados de cultura de rendimento, em que atingiram, segundo o Chefe do Estado moçambicano, uma cifra "sem precedentes" de mil milhões de dólares (928,7 milhões de euros) no período em referência, depois de registo de valores inferiores a 700 milhões de dólares (650 milhões de euros).

"Isto é uma realidade", declarou Filipe Nyusi, apontando que o programa contribuiu na redução do défice da balança comercial do setor agrário, passando especificamente de 499 milhões de dólres (463 milhões de euros) em 2022 para 360 milhões (334 milhões de euros) em 2023.

Nyusi defendeu que o Sustenta "impulsionou a produção e produtividade" em Moçambique: "o seu contributo reflete na melhoria da condição alimentar de cerca de cinco milhões de moçambicanos, os quais deixaram de passar por uma situação de insegurança alimentar".

"Não estamos a dizer que acabou, porque há essa confusão quando a gente diz isso. E dizem que está a mentir. Não estamos a dizer que acabou, mas estamos a trabalhar para esse sentido", insistiu.

O Presidente moçambicano referiu que, só entre 2020 e 2024, o valor de financiamento global do programa alcançou uma cifra de 9.3 mil milhões de dólares (8,3 mil milhões de euros).

Dentro do período referenciado, 3.817 novos extensionistas foram formados no quadro do Sustenta, em que se replicou os conhecimentos sobre produção agrária para mais de um milhão de famílias, segundo dados apresentados pelo Presidente moçambicano.

"Temos que aderir à produção (...) que seja mais sustentável", disse Filipe Nyusi, acrescentando igualmente que o Sustenta registou melhorias na mecanização agrícola, permitindo crescer de 25 tratores em 2018 para mil em 2022.

O programa Sustenta, lançado em 2017, tem sido a principal aposta do Governo moçambicano nos últimos tempos, tendo como principal objetivo reforçar a capacidade dos pequenos agricultores para impulsionar a industrialização.

O programa contou com um apoio inicial de 16 mil milhões de meticais desembolsados pelo Banco Mundial.

Como forma de resistir aos altos índices de pobreza e à desnutrição crónica, a maior parte da população moçambicana, que vive em zonas rurais, recorre à agricultura de subsistência como único meio de sobrevivência.

O Governo de Moçambique, que definiu a agricultura como uma prioridade da economia, tem apontado a industrialização do setor e a aposta na comercialização como dois dos seus principais desafios.

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