Israel acusa ONU de parcialidade após relatório evocar genocídio em Gaza

O Ministério dos Negócios Estrangeiros de Israel denunciou hoje como "tendencioso" e "anti-israelita" o relatório de um comité especial da ONU segundo o qual os métodos de guerra israelitas na Faixa de Gaza correspondem às características de um genocídio.

Notícia

© REUTERS/Stringer

Lusa
17/11/2024 13:36 ‧ 17/11/2024 por Lusa

Mundo

Médio Oriente

O relatório "é um exemplo terrível da transformação da ONU numa organização utilizada como peão pelos terroristas", lê-se numa comunicação do Ministério partilhada no sábado à noite pelo porta-voz, Oren Marmorstein, na rede social X.

 

O documento, que deverá ser apresentado à Assembleia Geral da ONU, em Nova Iorque, na segunda-feira, foi elaborado por um comité especial das Nações Unidas, criado em 1968 para investigar as práticas israelitas nos territórios palestinianos ocupados e conquistados por Israel no ano anterior (Cisjordânia e Faixa de Gaza).

"Através do cerco a Gaza, da restrição de ajuda humanitária, dos ataques dirigidos e do assassinato de civis, apesar dos repetidos apelos da ONU, das ordens vinculativas do Tribunal Internacional de Justiça e das resoluções do Conselho de Segurança, Israel causou intencionalmente a morte, fome e ferimentos graves", afirmou, na quinta-feira, o comité em comunicado.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros de Israel afirma que estas são "afirmações falsas" e recorda que a guerra conduzida por Israel contra o Hamas há mais de um ano tem como objetivo "desmantelar as infraestruturas terroristas" do movimento islamista palestiniano.

À semelhança de outros momentos, o Ministério afirma que é o movimento islamista que "utiliza os civis como escudos humanos" e não Israel que tem como alvo "a população de Gaza".

"Israel continua determinado em facilitar a entrega contínua de ajuda", acrescenta o comunicado, sugerindo que a ONU não cumpriu o seu dever de distribuir ajuda internacional aos habitantes de Gaza.

As organizações humanitárias, incluindo as que estão sob a égide das Nações Unidas, afirmam regularmente encontrar obstáculos, sobretudo administrativos, para operar no território palestiniano sitiado e que se encontra em plena crise humanitária.

Os Estados Unidos da América (EUA) já desaprovaram "inequivocamente" as conclusões do relatório da ONU, considerando as acusações "infundadas".

A guerra foi desencadeada por um ataque surpresa lançado em 07 de outubro de 2023 pelo movimento islamita palestiniano Hamas.

Este ataque causou a morte de 1.206 pessoas do lado israelita, na sua maioria civis, segundo uma contagem da AFP baseada em números oficiais e incluindo os reféns que morreram ou foram mortos em cativeiro na Faixa de Gaza.

Cerca de 43.800 palestinianos foram mortos na campanha militar de retaliação de Israel na Faixa de Gaza, a maioria dos quais civis, segundo dados do Ministério da Saúde do governo do Hamas para Gaza, considerados fiáveis pela ONU.

Leia Também: Ministério da Saúde atualiza para 43.846 número de mortos em Gaza

Partilhe a notícia

Produto do ano 2024

Descarregue a nossa App gratuita

Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas