Hungria critica Biden por fornecimento de armas de longo alcance a Kyiv
O ministro dos Negócios Estrangeiros da Hungria criticou hoje a decisão do Presidente norte-americano, Joe Biden, de autorizar a Ucrânia a utilizar mísseis fornecidos por Washington para atacar a Rússia, receando uma escalada da guerra e um conflito global.
© Getty
Mundo Guerra na Ucrânia
A decisão que permite a Kyiv utilizar o Sistema de Mísseis Táticos do Exército, ou ATACMS, para ataques dentro da Rússia ocorre no momento em que o Presidente russo, Vladimir Putin, posiciona tropas norte-coreanas ao longo da fronteira da Ucrânia para tentar recuperar centenas de quilómetros de território conquistado desde agosto pelas forças ucranianas.
O Kremlin condenou a medida do Presidente cessante dos Estados Unidos, alertando que pode "deitar achas para a fogueira" e aumentar ainda mais as tensões internacionais.
No mesmo sentido, o ministro dos Negócios Estrangeiros húngaro, Péter Szijjártó, um crítico da Ucrânia com laços estreitos com o Governo de Putin, comentou que a decisão de Biden entrava em contradição com a vontade dos eleitores que elegeram o republicano Donald Trump para a presidência norte-americana no início deste mês.
Szijjártó criticou ainda os líderes da União Europeia que continuam a desenvolver esforços para prestar apoio a Kyiv.
"Temos a sensação de que as elites políticas pró-guerra de ambos os lados do oceano estão a lançar um último ataque desesperado e escaldante às novas realidades e à vontade dos povos", condenou o ministro da Hungria, que detém a presidência rotativa da União Europeia (EU) e que tem sido fortemente criticada pelos pares europeus devido ao seu desalinhamento em relação à Ucrânia.
O Governo húngaro, liderado pelo primeiro-ministro populista e nacionalista Viktor Orbán, tem sido o mais hostil da UE às ambições da Ucrânia de aderir ao bloco europeu e à NATO.
Orbán, o parceiro mais próximo do Kremlin na UE, opôs-se sistematicamente à ajuda militar à Ucrânia e ameaçou bloquear as sanções contra Moscovo devido à invasão do país vizinho em fevereiro de 2022.
Szijjártó classificou a autorização de Biden para a Ucrânia usar armas norte-americanas como "incrivelmente perigosa" e alertou que trazia o risco de a guerra, que completa mil dias na terça-feira, se intensificar ainda mais.
O futuro Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que toma posse dentro de dois meses, aumentou a incerteza sobre continuação do apoio militar norte-americano à Ucrânia.
O político republicano prometeu também acabar rapidamente com a guerra, mas não detalhou como.
O Governo da Hungria defende há muito um cessar-fogo imediato no conflito, mas evita comentar o que esta medida significaria para a integridade territorial da Ucrânia ou as implicações mais vastas de segurança para a Europa.
Leia Também: Paris reitera que uso de armas francesas por Kyiv é uma opção
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com