O Chefe do Estado-Maior da Armada, Henrique Gouveia e Melo, defendeu, esta terça-feira, que o Governo deve "esclarecer" e preparar os portugueses para uma escalada da guerra na Ucrânia, mas sem "exagerar", à semelhança do que estão a fazer os países nórdicos como a Suécia, Noruega e Finlândia.
"A população deve estar informada. Essa discussão, num regime democrático, deve ser aberta e de forma esclarecida e esclarecedora. Não se deve, de alguma forma, minimizar esse risco. Também não se deve exagerar, criando preocupações exageradas, mas também não se pode minimizar ao ponto de isso não ser sequer uma preocupação", explicou Gouveia e Melo, em declarações aos jornalistas, à margem de uma conferência com os chefes dos três ramos das Forças Armadas.
O almirante afirmou também concordar com a autorização concedida pelos Estados Unidos à Ucrânia para usar mísseis de longo alcance.
"O que impede? É o medo da reação? Se for, mais vale baixarmos os braços e entregarmos desde já a vitória ao opositor que usa isso de forma psicológica contra nós", justificou o Chefe do Estado-Maior da Armada.
Já sobre a ameaça nuclear de Putin, Gouveia e Melo duvida que venha a ser concretizada.
"Um conflito nuclear traria tantas desvantagens a todos os atores que não me parece que esteja no horizonte de ninguém", acrescentou.
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