Dominique Pélicot, homem que drogou a mulher, em França, e permitiu que vários desconhecidos a violassem, revelou em tribunal aquele que era o seu maior fetiche.
O septuagenário admitiu em tribunal os seus atos e assumiu ter agido por "puro egoísmo".
"Subjugar uma mulher rebelde era a minha fantasia", admitiu, ao sentar-se perante o presidente do Tribunal Penal de Avignon (França), onde o julgamento segue para a sua décima primeira semana.
O homem negou ter sujeitado a filha aos mesmos abusos - algo que a própria desmentiu em tribunal, num momento de tensão que levou a que o juiz pedisse para que os ânimos se acalmassem - e voltou a referir que grande parte da culpa dos seus comportamentos se deve aos abusos de que foi alvo na infância.
“Quando fui obrigado a testemunhar uma violação, aos catorze anos, criou-se em mim uma fissura que mantive durante toda a minha vida”, referiu Dominique. “Passei por coisas na minha infância... Não são desculpas, são factos", alegou.
Recorde-se que Dominique admitiu ter recrutado homens online, num site entretanto encerrado, durante quase uma década, para violar a mulher enquanto ela estava sob o efeito de sedativos pesados e medicamentos para dormir, que ele administrou em segredo.
Ao longo de cerca de dois meses de testemunhos em tribunal já foram ouvidas dezenas de homens acusados do crime. No entanto, a maioria negou ter violado a mulher, uma vez que pensavam que a francesa estaria a dormir ou a jogar um jogo e não que estivesse inconsciente.
O julgamento aproxima-se das alegações finais e está previsto continuar até ao dia 20 de dezembro.
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