AIEA congratula-se com compromisso concreto iraniano sobre progama nuclear

O presidente da Agência Internacional da Energia Atómica (AIEA), Rafael Grossi, congratulou-se hoje com o compromisso concreto assumido pelo Irão, na sequência dos preparativos para travar a expansão de reservas de urânio enriquecido.

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© Andrey Rudakov/Bloomberg via Getty Images

Lusa
20/11/2024 ‧ há 2 horas por Lusa

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AIEA

"Penso que se trata de um passo concreto na direção certa que acontece pela primeira vez", destacou Grossi aos jornalistas no primeiro dia da reunião do conselho de governadores da agência das Nações Unidas, em Viena.

 

Referiu que o seu pedido às autoridades iranianas para "atuar com moderação" ocorreu durante a sua viagem a Teerão na semana passada, quando se encontrou com o novo Presidente do país, Masoud Pezeshkian, e com o ministro dos Negócios Estrangeiros, Abbas Araqchi.

Notando a preocupação com a "acumulação de urânio enriquecido a níveis muito elevados", Grossi pormenorizou que "algumas medidas técnicas iniciais" verificadas pelos inspetores "já foram tomadas esta semana".

"Espero que as possamos consolidar. Penso, evidentemente, que se trata de um primeiro passo. Há muito a fazer", notou Grossi sobre o que o Irão fez até agora para parar o enriquecimento, que está próximo do nível de 90% necessário para uma arma nuclear.

O responsável argentino salientou que o Irão deve melhorar a cooperação para permitir à AIEA verificar a natureza pacífica do seu programa atómico.

As declarações de Grossi surgem depois de um relatório confidencial da AIEA indicando o abrandamento do ritmo de enriquecimento de urânio e a "possibilidade" do fim do enriquecimento a 60 %.

No documento lê-se que "em 16 de novembro de 2024, a Agência verificou (...) que o Irão tinha começado a implementar medidas preparatórias para parar a acumulação do seu inventário de urânio enriquecido a 60%".

A agência sediada em Viena manifestou, porém, preocupação pelo facto de o Irão continuar o seu programa de produção de urânio altamente enriquecido e recordou que é o "único Estado não detentor de armas nucleares a fazê-lo".

Em resposta a estas preocupações, a Alemanha, a França e o Reino Unido, apoiados pelos Estados Unidos, apresentaram hoje uma resolução ao Conselho de Governadores da AIEA para condenar a falta de cooperação de Teerão relativamente ao seu programa nuclear.

A iniciativa à agência que elabore um "relatório exaustivo" sobre as atividades nucleares do Irão, numa tentativa de pressionar Teerão a cumprir os seus compromissos legais de garantir que a utilização de materiais atómicos se destina apenas a fins pacíficos.

O Irão já advertiu que irá reagir "em conformidade e de forma apropriada" a uma resolução apresentada por países europeus e pelos Estados Unidos a condenar a falta de cooperação iraniana na questão nuclear.

Se os países "ignorarem a boa vontade do Irão e colocarem medidas não construtivas na ordem de trabalhos da reunião do Conselho de Governadores através de uma resolução, o Irão reagirá em conformidade e de forma apropriada", disse o chefe da diplomacia iraniana, Abbas Araghchi.

O Irão assegura que o seu programa nuclear é exclusivamente pacífico, mas o Ocidente argumenta que não existe uma justificação civil credível para a escala das ambições atómicas iranianas.

A produção de urânio purificado viola o acordo assinado em 2015 com seis potências mundiais (Estados Unidos, Reino Unido, China, França, Alemanha e Rússia) para reduzir o programa nuclear do Irão em troca do levantamento de determinadas sanções.

A República Islâmica começou a violar o acordo em 2019, em resposta à saída dos Estados Unidos do acordo no ano anterior, durante o primeiro mandato presidencial de Donald Trump (2017-2021).

Leia Também: Nuclear? Irão promete reagir em conformidade a resolução ocidental

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