Uganda. Líder histórico da oposição acusado de ameaçar segurança nacional

O líder histórico da oposição ugandesa, Kizza Besigye, que compareceu hoje perante um tribunal militar em Kampala, é acusado de ameaça à segurança nacional e ficou em prisão preventiva, revelou um dos seus advogados.

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Lusa
20/11/2024 17:20 ‧ 20/11/2024 por Lusa

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Uganda

Segundo Erias Lukwago, Kizza Besigye e Hajji Lutale Kamulegeya, outro membro da oposição que também compareceu no tribunal, a acusação alega que os dois homens "solicitaram apoio logístico no Uganda, na Grécia e noutros países com o objetivo de comprometer a segurança nacional do país".

 

"O arguido negou as acusações e contestou a competência do tribunal para o julgar, tendo ficado em prisão preventiva na prisão de Luzira (alta segurança) até 02 de dezembro", acrescentou.

Hajji Lutale Kamulegeya, que também foi detido em Nairobi, foi acusado de estar na posse de duas pistolas, segundo Erias Lukwago.

Antigo coronel que deixou o exército em 2001, Kizza Besigye considera que deve ser julgado por um tribunal civil.

Kizza Besigye conheceu a acusação quatro dias após ter sido "raptado" no Quénia, segundo a sua mulher.

Muitas vozes se levantaram contra a detenção deste opositor do Presidente Yoweri Museveni, que governa o Uganda com mão de ferro desde 1986.

Antigo médico pessoal do chefe de Estado, Kizza Besigye, 68 anos, foi seu adversário em quatro eleições presidenciais (2001, 2006, 2011, 2016).

Fotos publicadas nas redes sociais mostram Kizza Besigye a chegar ao tribunal, vestido com um fato azul e uma camisa cor-de-rosa, sorridente, com uma mão algemada à de um polícia à paisana e fazendo o V da vitória com a outra.

Besigye viajou para o Quénia para participar na apresentação de um livro da antiga ministra queniana Martha Karua, apoiante da lista liderada pelo principal opositor queniano, Raila Odinga, às eleições de 2022.

O líder histórico da oposição ugandesa renunciou em 1999 à sua condição de militar depois de acusar o Governo de Museveni de espalhar a corrupção e o nepotismo, em vez de ter sido "um instrumento para a transição do Uganda para uma democracia multipartidária".

Desde então, as forças de segurança têm impedido várias vezes a realização de eventos públicos em que o antigo militar ia participar, e já esteve detido dezenas de vezes.

Leia Também: Mulher do líder histórico ugandês Kizza Besigye diz que marido foi raptado

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