Os ataques tiveram lugar no sul de Nabatieh, no leste do vale de Bekaa e em Baalbek e nos subúrbios de Dahye, em Beirute, de acordo com um comunicado militar das Forças de Defesa de Israel (FDI), segundo o qual nestes locais estão situados os "centros de comando do Conselho Consultivo" do Hezbollah, bem como outros de controlo e de recolha de informações e milicianos.
"Estes ataques degradam a capacidade do Conselho Consultivo do Hezbollah de dirigir e assistir os terroristas do Hezbollah nos seus ataques contra Israel, bem como as capacidades de comando e controlo do movimento xiita libanês e a sua capacidade de reagrupar e recolher informações", justificou o texto.
O presidente do Conselho Consultivo era Hashem Safieddine, primo do líder máximo do Hezbollah, Hassan Nasrala, e seu sucessor designado, que foi morto como este último num bombardeamento israelita durante esta guerra.
Os ataques de hoje surgem numa altura em que fontes israelitas afirmaram à agência noticiosa espanhola EFE que se está "mais perto do que nunca" de alcançar um acordo de cessar-fogo no Líbano, uma vez que o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, aceitou, "em princípio", a proposta dos Estados Unidos.
Segundo a fonte, foram feitos progressos "muito significativos" na proposta que o mediador norte-americano Amos Hochstein apresentou a ambas as partes na semana passada durante uma deslocação à região.
Netanyahu reuniu-se no domingo à noite com alguns ministros e responsáveis pela segurança para discutir a proposta do enviado da administração de Joe Biden, na qual concordou em aceitar o projeto "em princípio", embora com "algumas reservas".
A fonte explicou à EFE que as reservas têm a ver com a "liberdade de ação" sobre o espaço aéreo libanês exigida por Israel no caso de o Hezbollah violar os termos do cessar-fogo e as tropas libanesas - que controlariam a fronteira - não agirem, algo que o Líbano e o grupo xiita rejeitam liminarmente.
A proposta inclui três fases: uma trégua seguida da retirada das forças do Hezbollah a norte do rio Litani, uma retirada total das tropas israelitas do sul do Líbano e, por último, negociações entre Telavive e Beirute sobre a demarcação da fronteira, atualmente estabelecida pela ONU na sequência da guerra de 2006.
O Hezbollah começou a atacar Israel a 08 de outubro de 2023, um dia depois do ataque dos palestinianos do Hamas ao sul de Israel, dando início a mais de um ano de combates.
A escalada do conflito concretizou-se em setembro, com ataques aéreos israelitas no Líbano e, mais tarde, com uma incursão terrestre de Telavive no sul do Líbano.
O Hezbollah disparou milhares de foguetes contra cidades e vilas israelitas, incluindo cerca de 250 no domingo.
Em mais de um ano de violência, mais de 3.500 pessoas foram mortas e mais de 15 mil ficaram feridas no Líbano, a maioria desde 23 de setembro, segundo as autoridades de Beirute, que indicam também acima de 1,2 milhões de deslocados pelo conflito.
Entre as vítimas mortais estão pelo menos 240 menores e 706 mulheres, segundo o Ministério da Saúde Pública, e 222 profissionais de saúde morreram e outros 330 ficaram feridos desde o início das hostilidades, há pouco mais de um ano.
Do lado israelita, morreram 78 pessoas em ataques lançados a partir do Líbano, das quais 47 eram civis. Além disso, 46 soldados e um investigador morreram em combate no sul do país vizinho, onde Israel iniciou uma invasão terrestre desde o passado dia 01 de outubro.
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