Lai, considerado um "independentista" e um "agitador" pelas autoridades de Pequim, aterrou em Tuvalu, proveniente das Ilhas Marshall, por volta das 10:00 locais (22:00 de terça-feira, em Lisboa), para se encontrar com o primeiro-ministro do país, Feleti Teo, e o governador-geral, Tofiga Falani.
"Talofa! Os meus sinceros agradecimentos ao povo de Tuvalu pela sua calorosa receção. Ver o primeiro-ministro Teo e o governador-geral Falani e apreciar a vibrante dança tradicional de Tuvalu foram experiências muito agradáveis", afirmou Lai na sua conta oficial no X.
Após a visita a Tuvalu, Lai vai passar a noite de hoje em Guam e de lá viajará para Palau, na quinta-feira à tarde, terminando a sua viagem na sexta-feira.
Este périplo, o primeiro de um líder taiwanês no Pacífico desde 2019, começou com uma passagem de duas noites pelo estado do Havai, onde Lai se reuniu com vários representantes norte-americanos, incluindo o governador, Josh Green, e a diretora-geral em Washington do Instituto Americano em Taiwan (AIT, a embaixada "de facto" dos EUA na ilha), Ingrid Larson.
A televisão estatal chinesa CCTV advertiu na terça-feira que Lai estava "bem ciente" de que as suas escalas nos Estados Unidos seriam alvo de uma "oposição determinada e de fortes contramedidas" por parte da China, que considera a ilha de Taiwan, governada autonomamente desde 1949, como uma província sua, a ser reunificada pela força, caso necessário.
Segundo a CCTV, qualquer trânsito de dirigentes taiwaneses pelos Estados Unidos "constitui um sério desafio ao princípio de 'uma só China'", um argumento repetido nos últimos dias pelos porta-vozes do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês e pelo Gabinete dos Assuntos de Taiwan do Conselho de Estado (Executivo chinês).
Taipé reiterou hoje que a visita de Lai tem por objetivo "reforçar os laços diplomáticos e alargar a presença internacional de Taiwan", uma missão "unanimemente apoiada pelo povo taiwanês".
"Em contrapartida, as ameaças militares da China contra Taiwan não só carecem de apoio público, como também aprofundam a fratura nas relações entre as duas margens do Estreito", declarou Chiu Chui-cheng, presidente do Conselho dos Assuntos Continentais de Taiwan, o organismo responsável pelas relações com a China.
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