UE diz que consequências económicas da queda do Governo francês "são contidas"

A Comissão Europeia está a "acompanhar de perto" a queda do Governo em França e considerou que as consequências económico-financeiras são, "até ao momento, contidas", rejeitando que esteja em causa a estabilidade macroeconómica do país.

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Lusa
05/12/2024 13:05 ‧ 05/12/2024 por Lusa

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Comissão Europeia

O executivo comunitário está a "acompanhar de perto o que está a acontecer em França", disse o porta-voz da Comissão Europeia Balazs Ujvari, em conferência de imprensa, em Bruxelas, na Bélgica.

 

Recordando que o Orçamento do Estado é "uma competência das autoridades nacionais francesas", o porta-voz comunitário acrescentou que "as consequências económico-financeiras" da queda do executivo de França "são, até ao momento, contidas".

"A situação macroeconómica [de França] continua estável", acrescentou Balazs Ujvari.

"França submeteu o seu orçamento em outubro, recebeu 'luz verde' da nossa parte e é importante que quaisquer orçamentos que venham a ser adotados sejam compatíveis" com as previsões feitas pelo Governo liberal que caiu, completou o porta-voz.

Balazs Ujvari disse também que a Constituição da República Francesa contempla a possibilidade de um Orçamento do Estado não vigorar e acrescentou que a Comissão Europeia vai continuar a acompanhar a situação.

Na quarta-feira, o Governo francês foi censurado por uma moção, a primeira vez que tal acontece em França desde 1962, o que agravará a incerteza política e económica num dos países com mais peso da União Europeia.

A aprovação da moção de não confiança resultou na queda do executivo francês, liderado por Michel Barnier (centro-direita), com 331 votos dos blocos da esquerda e da extrema-direita União Nacional (RN).

Em 15 de novembro, uma estimativa da Comissão Europeia apontava que a economia francesa se mantinha "resiliente" em 2024, com o Produto Interno Bruto (PIB) a crescer 1,1%, abrandando, no ano seguinte, para 0,8%.

Para 2026, Bruxelas prevê que a atividade recupere 1,4%, impulsionada por custos de financiamento mais baixos e por uma maior procura privada.

A inflação deverá diminuir em 2024, para 2,4%, em 2025 (1,9%) e 2026 (1,8%) estabilizando globalmente abaixo de 2%, favorecida pelos preços mais baixos da energia, das matérias-primas e dos géneros alimentícios.

O défice orçamental, por seu lado, deverá aumentar ainda mais, para 6,2% do PIB em 2024 (um agravamento face aos 5,3% inicialmente previstos), antes de diminuir para 5,3% em 2025 e acelerara ligeiramente para 5,4% no ano seguinte.

No final de novembro, o executivo comunitário avaliou que oito dos 17 projetos de planos orçamentais para 2025 recebidos, entre os 20 países da zona euro, estão alinhados com as recomendações orçamentais.

Em comunicado, a Comissão destacou que nos países da área do euro, a proposta de orçamento de Estado para 2025 inclui os primeiros passos "para executar os planos de médio prazo", com a respetiva trajetória orçamental.

França é um dos países avaliado, no pacote de outono do Semestre Europeu, como estando em conformidade com as recomendações de Bruxelas, grupo que integra também Chipre, Eslováquia, Eslovénia, Grécia, Itália e Letónia.

[Notícia atualizada às 14h52]

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