A agência informou os funcionários e o Congresso que planeia encerrar a Instituição Correcional Federal em Dublin, Califórnia, e desativar os campos prisionais de segurança mínima em Wisconsin, Minnesota, Colorado, Pensilvânia, Virgínia Ocidental e Florida.
No documento obtido pela Associated Press (AP), a agência Federal de Prisões disse que estava a tomar "medidas decisivas e estratégicas" para enfrentar "desafios significativos, incluindo uma escassez crítica de pessoal, infraestrutura em ruínas e recursos financeiros limitados".
Os funcionários e os reclusos estão a ser transferidos para outras instalações e a agência americana afirmou ainda que não vai reduzir o número de funcionários e que está empenhada em encontrar postos de trabalho para todos os afetados.
O encerramento definitivo do complexo, sete meses depois de ter sido temporariamente encerrada na sequência de abusos entre funcionários e reclusos, é o sinal mais claro de que a agência, que tem mais de 30.000 funcionários, 158.000 reclusos e um orçamento anual de cerca de 8 mil milhões de dólares, não consegue ou não quer reabilitar as suas instituições mais problemáticas.
A agência Federal de Prisões e o sindicato que representa os trabalhadores prisionais têm insistido repetidamente na necessidade de financiamento adicional para as prisões federais, salientando o que dizem ser uma quantia inadequada para fazer face aos aumentos salariais, à retenção de pessoal e ao atraso nas reparações nas infraestruturas.
No documento que resume os encerramentos, a agência afirma ter decidido encerrar o instituto prisional na Califórnia após uma avaliação de segurança e das infraestruturas, na sequência do seu encerramento temporário em abril.
Em abril parecia que a agência estava decidida a encerrar a prisão de baixa segurança, mas os funcionários admitiram a possibilidade de a mesma ser reparada e reaberta para um fim diferente, como o alojamento de reclusos do sexo masculino.
Segundo a agência, a avaliação identificou a necessidade de reparações consideráveis para reabrir, segundo a agência. A falta de pessoal, exacerbada pelo elevado custo de vida na região, também contribuiu para a decisão de encerrar as instalações.
O encerramento definitivo do complexo prisional representa um reconhecimento extraordinário por parte da agência americana de que não conseguiu corrigir a cultura e o ambiente das instalações, na sequência de uma reportagem da AP que expôs vários crimes de abuso sexual.
Centenas de pessoas que estiveram presas na em Dublin, na Califórnia, estão a processar a agência, pedindo reformas e compensações monetárias pelos maus tratos sofridos nas instalações.
O encerramento ocorre a meio de uma investigação da AP que revelou falhas como a existência de atividades criminosas por parte de funcionários, dezenas de fugas, violência crónica, mortes e uma grave escassez de pessoal que dificultou a resposta a situações de emergência, incluindo agressões e suicídios de reclusos.
Em julho, o presidente Joe Biden assinou uma lei que reforça a supervisão da agência Federal de Prisões, depois de as reportagens da AP terem posto em evidência as suas muitas falhas.
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