Médio Oriente. Eleições nos EUA criaram "novo impulso" nas negociações

O primeiro-ministro do Qatar considerou hoje que, após a eleição do novo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, registou-se "um novo impulso" nas negociações para uma trégua e a libertação de reféns mantidos na Faixa de Gaza.

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© Mahmoud Sabbah/Anadolu via Getty Images

Lusa
07/12/2024 11:55 ‧ 07/12/2024 por Lusa

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"Sentimos, após a eleição, que o ímpeto estava a voltar", disse Mohammed ben Abdelrahmane al-Thani ao Fórum de Doha, uma conferência para o diálogo político internacional, referindo 'um grande encorajamento da nova administração [norte-americana] para chegar a um acordo, mesmo antes de o presidente tomar posse'.

 

Al-Thani explicou que, apesar de "algumas diferenças" na abordagem, não houve "desacordo" entre a administração do Presidente Joe Biden e a futura de Donald Trump "sobre o objetivo em si, que é acabar com a guerra".

Na passada segunda-feira, Donald Trump avisou que o "preço a pagar seria terrível" para os grupos palestinianos na Faixa de Gaza se os reféns não fossem libertados antes da sua tomada de posse, em 20 de janeiro de 2025.

O Qatar, juntamente com os Estados Unidos e o Egito, lidera há meses negociações infrutíferas para uma trégua em Gaza e a libertação dos reféns detidos no território palestiniano.

Em novembro, Doha desistiu das negociações, afirmando que só retomaria os seus esforços quando o Hamas e Israel mostrassem "vontade e seriedade".

Mas, na quinta-feira, fonte próxima das conversações disse à AFP que o Qatar tinha retomado a mediação, algo que o primeiro-ministro do Qatar confirmou hoje.

"Esperamos fazer avançar as coisas o mais rapidamente possível e esperamos que a vontade das partes de se empenharem de boa-fé se mantenha", afirmou.

Uma nova ronda de negociações para uma trégua na Faixa de Gaza poderá "muito provavelmente" começar na próxima semana no Cairo, disse à AFP uma fonte próxima da delegação palestiniana do Hamas.

A fonte disse que, tendo em conta os contactos com os mediadores, se espera que a nova ronda negocial se inicie muito provavelmente na próxima semana, para discutir ideias e propostas para um cessar-fogo e uma troca de prisioneiros palestinianos detidos por Israel e de reféns feitos em Gaza em 07 de outubro de 2023.

Segundo a fonte, o Egito, Qatar, Turquia e outras partes estão a fazer esforços para acabar com a guerra.

Bassem Naïm, membro do gabinete político do Hamas, indicou hoje que os mediadores foram informados ao longo da semana que o movimento islamita estava disposto a mostrar flexibilidade para chegar a um acordo" e a "aplicá-lo, incluindo um calendário [...] para a retirada total das forças israelitas das zonas-chave" de Gaza.

Estas incluem o corredor de Filadélfia, que é a faixa de fronteira com o Egito, e o corredor de Netzarim, a zona tampão criada pelo exército israelita que separa o norte da Faixa de Gaza do resto do pequeno território palestiniano.

A guerra foi desencadeada pelo ataque sem precedentes do Hamas contra Israel em 07 de outubro de 2023, que causou a morte de 1.208 pessoas do lado israelita, na sua maioria civis, segundo uma contagem da AFP baseada em dados oficiais, incluindo reféns mortos ou que morreram em cativeiro.

A ofensiva de retaliação de Israel em Gaza fez 44.612 mortos, na sua maioria civis, segundo dados do Ministério da Saúde do Hamas, considerados fiáveis pela ONU.

Desde o início da guerra, apenas uma trégua que envolveu a libertação de reféns em troca de prisioneiros palestinianos entrou em vigor, em novembro de 2023.

Leia Também: Mais de mil investigadores pedem cessar-fogo no Médio Oriente

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