Síria: Jordânia e Egito condenam envio de soldados israelitas para fronteira

A Jordânia e o Egito condenaram hoje o envio de soldados israelitas para uma zona-tampão anteriormente desmilitarizada nos Montes Golã, na fronteira entre Israel e a Síria, após a queda do regime de Bashar al-Assad.

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© Mostafa Alkharouf/Anadolu via Getty Images

Lusa
09/12/2024 15:24 ‧ 09/12/2024 por Lusa

Mundo

Síria

O ministro dos Negócios Estrangeiros da Jordânia, Ayman Safadi, informou que a entrada de soldados em território sírio representa "uma violação do direito internacional", acrescentando que a "estabilidade e segurança" na Síria faz parte dos "interesses estratégicos" de Amã.

 

As palavras de Safadi surgem depois de o Governo israelita ter ordenado ao Exército que concluísse a consolidação do controlo da zona-tampão criada em território sírio, depois de as tropas israelitas terem assumido o controlo do lado sírio da montanha Hermon, no domingo.

O chefe da diplomacia da Jordânia sublinhou que o seu Governo "espera que a Síria regresse à calma e à ordem para que os refugiados possam regressar (às suas casas)", antes de acrescentar que o Rei Abdullah II deu instruções para "prestar apoio e assistência à Síria para a reconstrução das suas instituições".

No mesmo sentido, o primeiro-ministro jordano, Jafar Hasan, explicou que a Jordânia "sempre destacou ao longo destes anos a necessidade de alcançar uma solução política que ponha fim ao sofrimento dos irmãos sírios, que preserve a unidade da Síria e que consolide a segurança, a estabilidade e a soberania em todo o território" sírio.

Também o Egito condenou a "continuação da ocupação do território sírio" por Israel e alertou que se trata de uma "tentativa de forçar uma nova realidade no terreno", segundo frisou o Ministério dos Negócios Estrangeiros egípcio num comunicado.

A diplomacia egípcia considera que a decisão de Israel constitui uma "clara ocupação" do território sírio e, por isso, uma "flagrante violação da soberania" do país.

"Lamentamos as práticas de Israel, que violam o direito internacional e ameaçam a unidade e integridade das terras sírias", referiram as autoridades egípcias.

Neste sentido, o Egito pediu ao Conselho de Segurança da ONU e às "potências internacionais" que assumam as suas responsabilidades e "adotem uma posição firme sobre os ataques de Israel contra a Síria, para que a soberania de todo o seu território seja garantida".

Israel conquistou parte dos Montes Golã à Síria durante a guerra israelo-árabe de 1967, antes de anexar este território em 1981, anexação que não é reconhecida pela ONU.

Depois de uma ofensiva relâmpago iniciada pela oposição ao regime, os rebeldes declararam este fim de semana a capital da Síria, Damasco, livre de Bashar al-Assad, que esteve 24 anos no poder.

A ofensiva foi realizada em menos de duas semanas por uma coligação liderada pelo grupo islâmico Organização de Libertação do Levante (Hayat Tahrir al Sham, em árabe), juntamente com outras fações apoiadas pela Turquia.

Leia Também: Queda de al-Assad na Síria é fracasso da Rússia de Putin. Porquê?

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