O ex-fuzileiro Daniel Penny, de 26 anos, foi absolvido, esta segunda-feira, da acusação de homicídio por negligência no caso da morte por estrangulamento de Jordan Neely, um sem-abrigo de 30 anos, com antecedentes de doença mental, no metro de Nova Iorque, nos Estados Unidos.
A decisão foi tomada depois de o júri ter ficado num impasse, na sexta-feira, quanto à acusação mais grave, de homicídio involuntário, que entretanto foi rejeitada pelo juiz. Caso fosse acusado, Penny poderia apanhar até quatro anos de prisão.
Após a leitura do veredito ouviram-se aplausos na sala de audiências, o ex-fuzileiro olhou para os membros do júri que o absolveram e acenou com a cabeça, enquanto também sorria, em sinal de agradecimento.
O pai do sem-abrigo, que estava presente na sala de audiências, foi escoltado para a saída, após ter gritado vários palavrões.
Os advogados do ex-fuzileiro afirmaram que Penny interveio porque acreditava que o sem-abrigo podia atacar outros passageiros, argumentando também que tinha apenas a intenção de controlar o homem até a polícia chegar, corroborando a versão que Penny contou à polícia. Além disso, afirmaram que Neely não foi morto por estrangulamento e que era impossível medir a pressão exercida pelo ex-fuzileiro.
Já uma patologista forense, contratada pela defesa, testemunhou que o sem-abrigo morreu devido a uma combinação de esquizofrenia, consumo de marijuana sintética, traço falciforme e resistência à imobilização provocada pelo ex-fuzileiro.
No entanto, Cynthia Harris, a médica legista que fez a autópsia, defendeu que "não existem explicações alternativas razoáveis" para a morte e que as explicações propostas pela defesa são "tão improváveis que se equiparam à impossibilidade".
O momento do estrangulamento, em 2023 – que o Notícias ao Minuto optou por não divulgar devido à violência das imagens –, foi captado em vídeo por um dos passageiros e amplamente partilhado nas redes sociais, dando origem a vários protestos.
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