Fim das manifestações? Nyusi alerta para risco de "soluções políticas"

O Presidente da República de Moçambique, Filipe Nyusi, alertou hoje para o risco de "soluções políticas" em face à tensão pós-eleitoral caracterizada por manifestações e paralisações no país, defendendo que obrigam a abandonar a lei.

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Lusa
09/12/2024 19:35 ‧ 09/12/2024 por Lusa

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Moçambique

"Há uma linguagem que usou na sua introdução, que é preciso soluções de índole político e não policiais e militares, mas também podia dizer não legais, porque, às vezes, quando se toma uma medida política, às vezes abandona-se a lei e essa lei é o que nos amarra", defendeu o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, respondendo aos empresários que sugeriram hoje soluções políticas para ultrapassar a crise pós-eleitoral.

 

Ao setor privado empresarial do país, Nyusi afirmou que tem realizado várias reuniões na busca de soluções para a crise pós-eleitoral caracterizada por manifestações e paralisações, num cenário em que as "muitas sensibilidades conflituam" nas suas propostas.

"As leis são feitas por pessoas e temos que ver em que momentos se vai para uma solução ou outra para evitar criar precedentes cíclicos a nível do nosso país (...) Os encontros que estamos a desenvolver tendem a procurar soluções e muitas vezes podemos estar numa caixa, fechados, a pensar que temos melhores soluções", apontou o Presidente de Moçambique, referindo-se ainda à solução de "índole política" proposta pelos empresários.

Os empresários moçambicanos pediram a Filipe Nyusi medidas para colocar fim ao "vandalismo" das instituições e levarem à restauração da paz com soluções políticas.

"Entendemos que a solução para a presente crise só pode ser política e não de qualquer outra natureza, muito menos a militar, a policial ou de outro tipo de pressão", declarou o presidente da Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), Agostinho Vuma.   

O candidato presidencial Venâncio Mondlane apelou para uma nova fase de contestação eleitoral de uma semana, de 04 a 11 de dezembro, em "todos os bairros" de Moçambique, com paralisação da circulação automóvel das 08:00 às 16:00 (menos duas horas em Lisboa).

O anúncio pela Comissão Nacional de Eleições (CNE), em 24 de outubro, dos resultados das eleições de 09 de outubro, em que atribuiu a vitória a Daniel Chapo, apoiado pela Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, partido no poder desde 1975) na eleição para Presidente da República, com 70,67% dos votos, espoletou protestos populares, convocados pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane e que têm degenerado em confrontos violentos com a polícia.

Segundo a CNE, Mondlane ficou em segundo lugar, com 20,32%, mas este não reconhece os resultados, que ainda têm de ser validados e proclamados pelo Conselho Constitucional.

Leia Também: Moçambique vê novo procurador como "esperança" num período de "desafios"

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