Filólogo de formação, este filho de agricultores que gosta de se apresentar como "um homem do campo", ingressou na política aos 25 anos como conselheiro do departamento dos Pirenéus-Atlânticos, onde se localiza Pau, a sua terra natal.
Na sua juventude, lutou com um caso grave de gaguez, que só superou com anos de terapia da fala e foi um aluno distinguido na universidade, onde, aos 23 anos, foi agraciado com o mais alto grau de qualificação para professores em França.
Apesar da sua longa vida política, viveu sempre na quinta onde nasceu e onde criou cinco filhos com a sua mulher, Élisabeth Perlant.
Em 1986, foi eleito para a Assembleia Nacional como representante da União para a Democracia Francesa (UDF), uma confederação centrista e sete anos depois foi nomeado ministro da Educação do Governo de Édouard Balladur.
Enquanto líder da pasta da Educação (1993-1997), Bayrou propôs diversas reformas, como o financiamento de escolas privadas por autoridades locais, e foi altamente contestado acabando por ver as suas sugestões rejeitadas pelo Conselho Constitucional.
No final dessa década, em 1998, tornou-se líder da UDF, unificando-a e afastando-se dos conservadores do então RPR, antecessor do União por um Movimento Popular (UMP).
Posteriormente, fundou o Movimento Democrático (MoDem) em 2007, consolidando a sua visão de um centrismo independente e modernizador.
O novo primeiro-ministro foi três vezes candidato à presidência (em 2002, em 2007 e em 2012), tendo ficado em terceiro lugar em 2007.
Em 2017, Bayrou decidiu não concorrer ao Eliseu, apoiando o centrista Emmanuel Macron.
Foi nomeado ministro da Justiça no primeiro Governo de Édouard Philippe (2017-2020), mas acabou por sair pouco tempo depois, no âmbito de um escândalo em que foi acusado de utilização indevida de fundos do Parlamento Europeu, onde foi eurodeputado entre 1999 e 2002.
Foi absolvido em fevereiro, mas o seu partido político e oito outros responsáveis acusados foram considerados culpados.
A acusação indicava que estaria envolvido num esquema de desvio de fundos para pagar a funcionários do partido a que preside, o Movimento Democrático.
À saída do tribunal, Bayrou disse que a decisão do tribunal marcava o fim de um "pesadelo de sete anos".
Ainda assim, Bayrou continuou a desempenhar um papel fundamental como conselheiro de Macron, sobretudo nas eleições de 2022.
Bayrou é também um especialista na figura do rei Henrique IV de Navarra, que pôs fim às guerras religiosas entre católicos e huguenotes do século XVI, também nascido em Pau e também defensor de políticas de moderação.
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