Homem detido após eleições na Venezuela morre na prisão. É o segundo

Um segundo homem detido após as manifestações que se seguiram à eleição contestada do Presidente venezuelano, Nicolás Maduro, foi morto na prisão, denunciaram hoje organizações não-governamentais (ONG) e o seu filho.

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© Marcos del Mazo/LightRocket via Getty Images

Lusa
14/12/2024 18:10 ‧ há 2 horas por Lusa

Mundo

Venezuela

Segundo o Observatório Prisional Venezuelano (OVP) e o Comité para a Liberdade dos Prisioneiros Políticos, Jesús Rafael Álvarez, de 44 anos, morreu na quinta-feira na prisão de alta segurança de Tocuyito (Carabobo).

 

"Puniram o meu pai e mataram-no na prisão", acusou o seu filho, Jesús Álvarez, citado num comunicado do OVP.

Depois de saber da notícia nas redes sociais, o jovem de 22 anos explicou que se dirigiu ao serviço de medicina legal, onde apenas lhe foi mostrada uma fotografia do corpo.

Na foto, acrescentou a ONG, "viu o pai irreconhecível: rosto emagrecido, barbudo, extremamente magro" e "reparou na maçã do rosto inchada, com sinais evidentes de uma pancada".

Quando a família Álvarez iniciou os procedimentos para recuperar o corpo, os funcionários de Tocuyito garantiram que "não houve mortes".

Álvarez é a segunda pessoa a morrer sob custódia desde os protestos anti-Maduro, que fizeram 27 mortos e quase 200 feridos. Jesús Manuel Martínez, de 36 anos, do partido da líder da oposição María Corina Machado, morreu num hospital de Barcelona (leste) na sequência de um problema cardíaco, associado à diabetes tipo 2.

Mais de 2.400 pessoas foram detidas após protestos depois da vitória de Maduro, em julho, para um terceiro mandato de seis anos, no meio de alegações de fraude proferidas da oposição.

Cerca de 300 pessoas foram libertadas, segundo as autoridades, mas a organização não-governamental Fórum Penal, por sua vez, conta 208, incluindo adolescentes.

Familiares dos detidos relataram que alguns sofreram tortura, maus-tratos e falta de alimentos.

"O meu pai era uma pessoa saudável, não sofria de nada. Lá, castigavam-no só porque dizia que tinha fome. Se se queixava, isolavam-no e amarravam-no. Se pedia para falar com a família, batiam-lhe", disse o filho de Álvarez.

O jovem viu o pai pela última vez durante a sua detenção, disse uma fonte do OVP à agência France-Presse, e exige ainda a libertação da sua mãe, que também está detida.

Leia Também: Explosão de botija de gás numa habitação causa nove mortos na Venezuela

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