A votação surge mais de um mês depois do fim da coligação composta pelo Partido Social Democrata (SPD), os Verdes e os liberais do FDP. A coligação "semáforo", assim chamada pelas cores dos partidos que a integravam, terminou depois de Olaf Scholz ter demitido o então ministro das Finanças, e líder do FDP, Christian Lindner, por desentendimentos na discussão do plano para o orçamento.
A coligação tripartida, que durou cerca de três anos, enfrentou vários desafios que levaram a divisões cada vez mais acentuadas e a uma instabilidade governativa que custou ao SPD, aos Verdes e ao FDP perdas acentuadas nas urnas, chegando mesmo a obter os piores resultados de sempre em eleições.
Inicialmente, Scholz pretendia convocar uma moção de confiança em 15 de janeiro, o que levaria a Alemanha a ir a votos no final de março, seis meses antes do previsto.
Depois da pressão de outros partidos e da opinião pública, o chefe do Governo mostrou flexibilidade.
Atualmente, o país é gerido provisoriamente por um governo minoritário formado pelo SPD e os Verdes até novas eleições. Na passada quarta-feira, Olaf Scholz fez o pedido formal ao Parlamento alemão da moção de confiança.
"Com isso, gostaria de abrir caminho para eleições antecipadas para o Bundestag. Na próxima segunda-feira, explicarei pormenorizadamente a minha proposta (...) Se os deputados seguirem o caminho por mim proposto, solicitarei ao Presidente Federal Steinmeier, na segunda-feira à tarde, a dissolução do Bundestag. Se o Presidente Federal seguir a minha proposta, os eleitores poderão eleger um novo Bundestag a 23 de fevereiro. É esse o meu objetivo", escreveu Scholz em comunicado.
"Numa democracia, são os eleitores que determinam o rumo da política futura. Nas eleições, são eles que decidem como responder às grandes questões que temos pela frente (...) Até à formação de uma nova coligação, o Governo Federal e o Bundestag continuam a funcionar em pleno", garantiu o ainda chanceler.
No comunicado, Scholz descreve as medidas que o atual governo ainda quer pôr em prática, como o aumento do abono de família, ou o "Deutschlandticket", isto é, o preço único reduzido para o uso de transportes públicos no país.
O ainda líder do executivo alemão termina o comunicado apelando aos deputados do Bundestag que atuem em conjunto "no interesse dos cidadãos" para aprovar propostas que considera essenciais.
A votação da moção de confiança está marcada para segunda-feira às 13h00 (hora local). Antes, está prevista uma intervenção por parte de Olaf Scholz.
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