Reino Unido confirma contatos diplomáticos com aliança rebelde da Síria

O Governo britânico confirmou hoje que estabeleceu contacto diplomático com a aliança insurgente conhecida como Organização para a Libertação do Levante, que liderou a ofensiva que derrubou o Presidente sírio Bashar al-Assad.

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© Wiktor Szymanowicz/Future Publishing via Getty Images

Lusa
16/12/2024 00:02 ‧ 16/12/2024 por Lusa

Mundo

Síria

O ministro dos Negócios Estrangeiros, David Lammy, disse no 'site' da BBC que a coligação conhecida em árabe como 'Hayat Tahrir al Sham' (HTS) continua proibida no Reino Unido, mas isso não impede o contacto diplomático: "Temos contactos diplomáticos, como seria de esperar".

 

"Queremos ver um Governo [sírio] representativo e inclusivo. Queremos que os arsenais de armas químicas sejam neutralizados e não sejam utilizados, e queremos garantir que a violência não continue", declarou, segundo a BBC.

"Por estas razões, procuramos lidar com o HTS sempre que necessário, utilizando os canais à nossa disposição, que são a diplomacia e, claro, os serviços secretos", disse o chefe do Ministério dos Negócios Estrangeiros.

A BBC especifica que o contacto diplomático com a organização síria não significa que o próprio Lammy tenha estado envolvido, nem que tenha sido feito ao nível da embaixada, uma vez que a representação britânica em Damasco foi encerrada em 2013.

O ministro não disse se o Governo britânico planeia retirar o HTS, que surgiu como uma filial da Al-Qaida, da sua lista de grupos terroristas. "A Al-Qaida é responsável por uma enorme perda de vidas em solo britânico", disse Lammy.

"Julgá-los-emos pelos seus atos. Não vou comentar sobre futuras proscrições, mas é claro que reconhecemos que este é um momento importante para a Síria", acrescentou, de acordo com a emissora pública.

O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, afirmou no sábado, na Jordânia, que o seu país está também em contacto com a aliança islamista.

O anúncio de Lammy surge depois de o seu ministério ter anunciado, no domingo, o envio de 50 milhões de libras (cerca de 60 milhões de euros) em ajuda humanitária aos sírios vulneráveis, na sequência do derrube do regime de Al-Assad, após 24 anos no poder.

O ministro dos Negócios Estrangeiros afirmou que a ajuda de emergência será entregue através da ONU e de organizações não-governamentais a pessoas no interior da Síria, bem como a refugiados no Líbano e na Jordânia.

O Reino Unido irá também atribuir cerca de 120.000 libras (145.000 euros) à Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ), de acordo com um comunicado.

Altos representantes dos Estados Unidos, França, Turquia, Reino Unido e oito países árabes, bem como das Nações Unidas e da União Europeia, manifestaram apoio "unânime" a um "processo político inclusivo" na Síria, sem "terrorismo" e sem "exclusão" de nenhuma das componentes do país, numa reunião na cidade jordana de Aqaba, no sábado.

A reunião foi convocada pelo rei jordano, Abdullah II, para acordar uma posição unificada sobre a nova era na Síria.

Lammy afirmou, domingo, que a mudança de Governo "oferece uma oportunidade única" para o povo sírio e prometeu o apoio britânico, primeiro com a ajuda humanitária de alimentos e medicamentos e depois a nível diplomático, de forma a garantir "uma melhor governação para o futuro da Síria".

"Este fim de semana, o Reino Unido e os seus parceiros reuniram-se para acordar os princípios necessários para apoiar um processo político de transição liderado pela Síria. É vital que o futuro Governo sírio reúna todos os grupos, a fim de proporcionar a estabilidade e o respeito que o povo sírio merece", disse.

Leia Também: Macron e Papa debatem Ucrânia e Síria durante visita à Córsega

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