"É dever do IDF [exército israelita] concluir as investigações o mais rapidamente possível para as apresentar às famílias e ao público em Israel e tirar as conclusões e lições necessárias", argumentou Israel Katz, num comunicado hoje divulgado pelo Ministério da Defesa israelita.
Mais de 14 meses depois dos ataques, em que milhares de militantes palestinianos liderados pelo Hamas atacaram comunidades israelitas perto da Faixa de Gaza, matando cerca de 1.200 pessoas e raptando 251, os militares israelitas publicaram apenas uma investigação sobre os acontecimentos ocorridos no dia 07 de outubro de 2023.
Em julho, as forças israelitas reconheceram não ter conseguido proteger o 'kibutz' Beeri (a comunidade mais massacrada nos ataques do Hamas), onde mais de 100 dos seus 3.000 residentes perderam a vida.
"Falhámos em proteger o 'kibutz'", admitiu, na altura, o principal porta-voz militar de Israel, Daniel Hagari.
Halevi, o chefe do Estado-Maior General, já avisou, há um mês, que pretende demitir-se assim que o exército publicar as suas investigações sobre possíveis falhas militares que tenham permitido os ataques do grupo islamita palestiniano.
Até agora, apenas quatro cargos de responsabilidade se demitiram por causa do 07 de outubro: Yossi Sariel, responsável pela unidade 8.200 dos serviços secretos do exército, Aharon Haliva, então chefe dos serviços de informação militar, o chefe do distrito sul do serviço de informações internas, Shin Bet, e o chefe da Divisão de Gaza do exército, General Avi Rosenfield.
Já o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, recusou assumir qualquer responsabilidade e rejeitou a criação de uma comissão governamental de inquérito até que a guerra termine, uma decisão a que grande parte da sociedade israelita se opõe.
Após o ataque do Hamas, Israel desencadeou uma ofensiva em grande escala na Faixa de Gaza, que já provocou mais de 45 mil mortos, na maioria civis, e um desastre humanitário, desestabilizando toda a região do Médio Oriente.
Já este ano, Israel abriu uma nova frente de combate contra outro movimento apoiado pelo Irão, o Hezbollah, no Líbano.
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