O grupo libanês acusou Israel e os Estados Unidos de estarem por detrás dos bombardeamentos, que atingiram "infraestruturas civis", após Telavive ter anunciado a interceção de um míssil proveniente do Iémen, cujo lançamento atribuiu aos rebeldes xiitas huthis, apoiados pelo Irão.
O Hezbollah afirmou que nove iemenitas foram mortos e três outros ficaram feridos na sequência de um ataque contra um porto e uma instalação petrolífera em Sana, segundo a estação de televisão Al-Masirah, ligada aos rebeldes iemenitas.
Os alvos incluíam também o porto de Hodeida, no oeste do país.
O Hezbollah acusou Israel de "recorrer a ataques devido à sua incapacidade de atingir os seus objetivos estratégicos em todas as frentes" e afirmou que os ataques dos rebeldes huthis "expuseram a fragilidade do sistema militar e de segurança" do país.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, justificou os ataques contra as posições rebeldes e garantiu que estas operações são "em nome de toda a comunidade internacional", em resposta aos repetidos ataques dos huthis contra alvos civis em Israel e contra navios que navegam no Mar Vermelho.
"Por isso, quando Israel atua contra os huthis, está a atuar em nome de toda a comunidade internacional", disse Netanyahu, num vídeo divulgado pelo seu gabinete, acrescentando que alguns países, como os Estados Unidos, "compreendem bem isto".
Os rebeldes reivindicaram hoje o lançamento de dois mísseis contra Israel, na sequência dos ataques israelitas a portos e infraestruturas energéticas do Iémen, que mataram nove pessoas, segundo um meio de comunicação social controlado pelo grupo xiita iemenita.
Netanyahu afirmou também que "os huthis estão a aprender e vão aprender da forma mais dura que quem atacar Israel vai pagar um preço muito elevado".
O primeiro-ministro israelita adiantou ainda que, depois de ter atingido fortemente o movimento islamita palestiniano Hamas e o grupo xiita libanês Hezbollah, e com a recente queda do regime do Presidente Bashar al-Assad na Síria, os huthis do Iémen "são quase o último braço que resta na rede do Irão".
O Irão, inimigo de Israel e apoiante dos huthis, descreveu os ataques israelitas como uma "violação flagrante do direito internacional".
Os huthis já realizaram vários ataques contra Israel desde o início do conflito na região, em 07 de outubro de 2023, após o ataque do Hamas à zona sul do território israelita, que provocou a morte de cerca de 1.200 pessoas e mais de duas centenas de reféns, ao qual Telavive retaliou com uma ofensiva que já causou mais 45 mil vítimas mortais na Faixa de Gaza.
Os rebeldes do Iémen, que controlam uma grande parte do país, alegam estar a agir em solidariedade com os palestinianos em Gaza e têm também atacado regularmente navios que acreditam estar ligados a Israel, aos Estados Unidos ou ao Reino Unido, no mar Vermelho e no golfo de Aden, zonas essenciais para o comércio mundial.
Perante estes ataques, os Estados Unidos, o maior aliado de Israel, criaram uma força multinacional para proteger a navegação nesta área estratégica e lançaram os primeiros ataques no Iémen em janeiro deste ano, com a ajuda do Reino Unido.
Os huthis integram o chamado "eixo da resistência" a Israel, uma coligação liderada pelo Irão que também integra, entre outras organizações, o grupo extremista palestiniano Hamas e as milícias libanesas do Hezbollah.
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