Os 15 membros do Conselho de Segurança votaram a favor da extensão de uma missão que opera no país desde 2010 e que envolve atualmente cerca de 15 mil efetivos, a grande maioria dos quais são militares, principalmente do Paquistão, Índia, Bangladesh, África do Sul, Nepal, Indonésia e Marrocos.
A Monusco há já algum tempo que tem vindo a dedicar os seus esforços à proteção da população civil no nordeste do país, palco da atividade de numerosas milícias armadas cujos ataques têm gerado um êxodo para a capital da província de Kivu do Norte, Goma, onde milhares de deslocados sobrevivem em condições sub-humanas e o Governo democrático-congolês chegou a acusar a missão de passividade na luta contra aqueles grupos.
As críticas diminuíram nos últimos meses, nomeadamente após a assinatura, em julho, de um frágil cessar-fogo entre representantes diplomáticos da RDCongo e do Ruanda no leste do território democrático-congolês, palco de hostilidades com o grupo rebelde M23, apoiado por Kigali.
O Governo de Kinshasa, recorda o painel de peritos do relatório do Conselho de Segurança, não apelou este ano a uma saída imediata da Monusco, tendo optado por apoiar o processo de retirada gradual aprovado em dezembro de 2023.
No âmbito do processo de retirada, a Monusco retirou-se da província do Kivu do Sul em junho e, subsequentemente, esperava-se que se retirasse do Kivu do Norte e de Ituri.
No entanto, Kinshasa, que anteriormente tinha exigido uma saída faseada, aceitou agora uma abordagem flexível, dadas as enormes dificuldades em conter a violência apesar do pacto assinado em julho.
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