Mondlane considera "lamentáveis" declarações de Marcelo e Montenegro

O candidato presidencial Venâncio Mondlane considerou hoje lamentáveis os comentários do Presidente da República e do primeiro-ministro de Portugal sobre a proclamação da Frelimo e do seu candidato presidencial como vencedores das eleições pelo Conselho Constitucional de Moçambique (CC).

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© ALFREDO ZUNIGA/AFP via Getty Images

Lusa
24/12/2024 13:22 ‧ há 12 horas por Lusa

Mundo

Moçambique

realmente lamentável que o primeiro-ministro e o Presidente da República portuguesa tenham feito pronunciamentos a confirmar ou a felicitar a Frelimo e o seu candidato em função de resultados altamente problemáticos, falaciosos e adulterados que foram proclamados pelo CC", disse hoje Venâncio Mondlane, na sua conta do Facebook.

 

 "É lamentável, um país que achávamos que podia ser a entrada de Moçambique para Europa, para que fossem nossos porta-vozes para alcançarmos uma situação de paz e passividade em relação à crise que Moçambique está a viver", acrescentou Venâncio Mondlane.

O primeiro-ministro português desejou segunda-feira que a transição de poder em Moçambique decorra de "forma pacífica e inclusiva, num espírito de diálogo democrático", depois de terem sido divulgados os resultados oficiais das presidenciais moçambicanas.

 "Concluído o processo eleitoral pelo Conselho Constitucional e designado Daniel Chapo como Presidente eleito de Moçambique, sublinhamos o propósito de que a transição que agora se inicia possa decorrer de forma pacífica e inclusiva, num espírito de diálogo democrático, capaz de responder aos desafios sociais, económicos e políticos do país", escreveu Luís Montenegro, numa publicação na rede social X (ex-Twitter).

O primeiro-ministro acrescentou que "os laços fraternais entre Portugal e Moçambique permanecem um compromisso sólido para o futuro".

Moçambique. Montenegro deseja

Moçambique. Montenegro deseja "transição pacífica" e "diálogo"

O primeiro-ministro português desejou hoje que a transição de poder em Moçambique decorra de "forma pacífica e inclusiva, num espírito de diálogo democrático", depois de terem sido divulgados os resultados oficiais das presidenciais moçambicanas.

Lusa | 16:55 - 23/12/2024

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, tinha sublinhado a "importância do diálogo democrático" entre todas as forças políticas de Moçambique e saudado "a intenção já manifestada de entendimento nacional".

"Acabados de proclamar os resultados oficiais das eleições presidenciais e legislativas pelo Conselho Constitucional de Moçambique, o Presidente da República tomou conhecimento dos candidatos e da força política declarados formalmente vencedores por aquele Conselho", refere uma nota divulgada na página oficial de Belém na Internet.

Moçambique. Marcelo sublinha

Moçambique. Marcelo sublinha "importância do diálogo democrático"

O Presidente da República português sublinhou hoje a "importância do diálogo democrático" entre todas as forças políticas de Moçambique e saudou "a intenção já manifestada de entendimento nacional", depois de "tomar conhecimento" dos resultados oficiais das presidenciais moçambicanas.

Lusa | 15:33 - 23/12/2024

Na mesma live colocada no Facebook, Mondlane disse que as manifestações são para manter, mas pediu fim da destruição de bens públicos e privados.

"As manifestações devem continuar, porque está comprovado que este regime é ilegítimo (...) Vamos permitir a passagem do corpo diplomático, do pessoal médico, das agências funerárias, dos advogados e organizações humanitárias", pediu Mondlane.

De acordo com a proclamação feita, Venâncio Mondlane registou 24,19% dos votos, Ossufo Momade 6,62% e Lutero Simango 4,02%.

Enquanto decorria a leitura do acórdão de proclamação dos resultados, já manifestantes, apoiantes de Venâncio Mondlane, contestavam na rua, com pneus em chamas.

A proclamação destes resultados pelo CC confirma a vitória de Daniel Chapo, jurista de 47 anos, atual secretário-geral da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, no poder), anunciada em 24 de outubro pela Comissão Nacional de Eleições (CNE), mas na altura com 70,67%.

Venâncio Mondlane, apoiado pelo Partido Optimista para o Desenvolvimento de Moçambique (Podemos, extraparlamentar), tinha ficado em segundo lugar, com 20,32%, segundo o anúncio anterior da CNE.

Seguiu-se Ossufo Momade, presidente da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), até agora maior partido da oposição, com 403.591 votos (5,81%), seguido de Lutero Simango, presidente do Movimento Democrático de Moçambique (MDM, terceiro partido parlamentar), com 223.066 votos (3,21%).

As eleições gerais de 09 de outubro incluíram as sétimas presidenciais - às quais já não concorreu o atual chefe de Estado, Filipe Nyusi, que atingiu o limite de dois mandatos - em simultâneo com legislativas e para assembleias e governadores provinciais

 

PYME (PVJ/SMA)// JPS

Lusa/Fim

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