A aviação israelita lançou um ataque "baseado em informações dos serviços secretos" contra as infraestruturas controladas pelos Huthis, como o aeroporto de Sanaa, as centrais elétricas de Hezyaz e Ras Kanatib e outras posições no porto de Hodeida, Salif e Ras Kanatib, na costa oeste, de acordo com um comunicado militar.
O canal de televisão al-Massirah, com ligações aos rebeldes xiitas iemenitas, classificou os ataques como uma "agressão israelita".
Cerca de uma hora depois dos ataques, o exército israelita anunciou os objetivos da operação militar.
"Após a aprovação dos planos de ação pelo chefe do Estado-Maior General, pelo ministro da Defesa e pelo primeiro-ministro, os aviões de combate da Força Aérea realizaram ataques baseados em informações fornecidas pelos serviços secretos contra objetivos militares do regime terrorista Huthi", avançou a fonte militar israelita.
Segundo Telavive, os alvos estavam a ser utilizados pelos Huthis para contrabandear armas iranianas para a região e como porta de entrada para altos funcionários do regime iraniano.
"Este é outro exemplo da exploração das infraestruturas civis pelos Huthis para objetivos militares", acrescentou o exército, recorrendo aos mesmos argumentos que usa quando ataca locais, na Faixa de Gaza ou no Líbano, com potenciais vítimas civis.
O exército acusou o grupo armado iemenita de depender do financiamento iraniano e de agir como agente da República Islâmica, atacando navios internacionais no Mar Arábico, no Mar Vermelho e no Estreito de Bab al-Mandab, para desestabilizar a região.
"As forças armadas não hesitarão em agir a qualquer distância contra qualquer ameaça ao Estado de Israel e aos seus cidadãos", assegurou a fonte militar.
Com o ataque, Israel afirma responder aos Huthis, que "atacaram repetidamente o Estado de Israel e os seus cidadãos, incluindo ataques com 'drones' e mísseis terra-terra".
Na quarta-feira à tarde, um 'drone', cuja propriedade foi atribuída aos Huthis, caiu num espaço aberto em território israelita sem causar quaisquer vítimas e nas primeiras horas da manhã os sistemas de defesa aérea intercetaram um míssil que se dirigia para o centro do país.
Já durante a noite de quarta-feira, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, ameaçou dar aos rebeldes Huthis do Iémen "a mesma lição" aplicada a outros aliados do Irão, como a milícia xiita Hezbollah no Líbano, o Hamas em Gaza ou o deposto regime sírio.
"Os Huthis também aprenderão o que o Hamas, o Hezbollah, o regime [de Bashar] al-Assad e outros aprenderam, e isso também levará tempo. Esta lição será aprendida em todo o Médio Oriente", disse Netanyahu em Jerusalém, na primeira cerimónia de acendimento de velas do feriado judaico Hannukah.
Como no tempo bíblico, Israel continua a atacar "os seus inimigos e aqueles que pensavam que podiam cortar o fio das nossas vidas", adiantou o governante.
Desde novembro de 2023, um mês após o início da guerra em Gaza, os Huthis, aliados do Irão, têm atacado navios, principalmente no Mar Vermelho, e alvos em Israel, aproveitando a posição estratégica do Iémen.
Estas ações têm continuado apesar de as suas posições terem sido bombardeadas em várias ocasiões pelos Estados Unidos, Israel e Reino Unido.
Os rebeldes Huthis do Iémen reivindicaram na quarta-feira três novos ataques às cidades israelitas de Telavive e Ashkelon com um míssil balístico hipersónico e dois 'drones', apesar das advertências israelitas de responder "com força" a estas ações.
[Notícia atualizada às 16h58]
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