Num comunicado emitido pelo Ministério da Agricultura, o Governo brasileiro recordou que a investigação, aberta hoje na China, abrange todos os países exportadores de carne bovina para o país asiático e deverá analisar o período que compreende o ano de 2019 até o primeiro semestre de 2024.
Entre os países que podem ser afetados por esta investigação estão o Brasil, Nova Zelândia, os Estados Unidos, Argentina e Uruguai, que lideram as exportações de carne bovina para o país asiático.
"Não há, em princípio, a adoção de qualquer medida preliminar, permanecendo vigente a tarifa de 12% 'ad valorem' [tributo sobre o valor de mercadorias] que a China aplica sobre as importações de carne bovina", realçou o Governo brasileiro.
A investigação, solicitada pela Associação Pecuária da China e por associações de nove províncias, vai avaliar o crescimento das importações entre 2019 e 2024 e o seu impacto no mercado interno.
De acordo com dados oficiais fornecidos pelo Ministério do Comércio da China, as importações cresceram 64,93%, entre 2019 e 2023, enquanto no primeiro semestre de 2024 o aumento foi de 106,28%, em comparação com o mesmo período de 2019.
Este aumento elevou a quota de mercado da carne importada de 20,55%, em 2019, para 30,90%, no primeiro semestre de 2024.
A China é o principal destino das exportações brasileiras de carne bovina, consolidando-se nos últimos anos como o maior parceiro comercial do Brasil em proteínas animais.
Em 2024, as exportações brasileiras de carne bovina para o país asiático somaram mais de um milhão de toneladas, representando um aumento de 12,7% face o mesmo período de 2023.
Durante os próximos meses, e seguindo o curso e os prazos legais da investigação, o Governo brasileiro frisou que atuará "em conjunto com o setor exportador" e procurará "demonstrar que a carne bovina brasileira exportada [para a] China não causa qualquer tipo de prejuízo à indústria chinesa".
O Brasil reafirmou, no comunicado, o "seu compromisso em defender os interesses do agronegócio brasileiro, respeitando as decisões soberanas do [seu] principal parceiro comercial, sempre buscando o diálogo construtivo em busca de soluções mutuamente benéficas".
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