Brasil "tomou nota" da investigação na China sobre importações de carne

O Governo brasileiro disse hoje que "tomou nota" da comunicação, pelo Ministério do Comércio da China, da abertura de uma investigação para eventuais medidas de salvaguarda sobre as importações de carne bovina, reafirmando a defesa dos "interesses do agronegócio brasileiro".

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Lusa
27/12/2024 16:17 ‧ há 16 horas por Lusa

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Num comunicado emitido pelo Ministério da Agricultura, o Governo brasileiro recordou que a investigação, aberta hoje na China, abrange todos os países exportadores de carne bovina para o país asiático e deverá analisar o período que compreende o ano de 2019 até o primeiro semestre de 2024.

 

Entre os países que podem ser afetados por esta investigação estão o Brasil, Nova Zelândia, os Estados Unidos, Argentina e Uruguai, que lideram as exportações de carne bovina para o país asiático.

"Não há, em princípio, a adoção de qualquer medida preliminar, permanecendo vigente a tarifa de 12% 'ad valorem' [tributo sobre o valor de mercadorias] que a China aplica sobre as importações de carne bovina", realçou o Governo brasileiro.

A investigação, solicitada pela Associação Pecuária da China e por associações de nove províncias, vai avaliar o crescimento das importações entre 2019 e 2024 e o seu impacto no mercado interno.

De acordo com dados oficiais fornecidos pelo Ministério do Comércio da China, as importações cresceram 64,93%, entre 2019 e 2023, enquanto no primeiro semestre de 2024 o aumento foi de 106,28%, em comparação com o mesmo período de 2019.

Este aumento elevou a quota de mercado da carne importada de 20,55%, em 2019, para 30,90%, no primeiro semestre de 2024.

A China é o principal destino das exportações brasileiras de carne bovina, consolidando-se nos últimos anos como o maior parceiro comercial do Brasil em proteínas animais.

Em 2024, as exportações brasileiras de carne bovina para o país asiático somaram mais de um milhão de toneladas, representando um aumento de 12,7% face o mesmo período de 2023.

Durante os próximos meses, e seguindo o curso e os prazos legais da investigação, o Governo brasileiro frisou que atuará "em conjunto com o setor exportador" e procurará "demonstrar que a carne bovina brasileira exportada [para a] China não causa qualquer tipo de prejuízo à indústria chinesa".

O Brasil reafirmou, no comunicado, o "seu compromisso em defender os interesses do agronegócio brasileiro, respeitando as decisões soberanas do [seu] principal parceiro comercial, sempre buscando o diálogo construtivo em busca de soluções mutuamente benéficas".

Leia Também: China investiga impacto das importações de carne bovina nos produtores

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