Geórgia desvaloriza sanções dos EUA contra o fundador do partido no poder

As autoridades georgianas desvalorizaram hoje as sanções impostas pelos Estados Unidos da América (EUA) contra Bidzina Ivanishvili, fundador do partido no poder na Geórgia, Sonho Georgiano, classificando-as como uma "recompensa" pela defesa dos interesses nacionais.

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© TOBIAS SCHWARZ/AFP via Getty Images

Lusa
27/12/2024 20:13 ‧ há 15 horas por Lusa

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"Na realidade, trata-se de uma recompensa pela proteção dos interesses nacionais do nosso país", reagiu o primeiro-ministro da Geórgia, Irakli Kobajidze.

 

Os EUA anunciaram hoje sanções contra o multimilionário Ivanishvili, cujas ações, juntamente com as do partido no poder, "prejudicaram as instituições democráticas" no país do Cáucaso "em benefício da Federação Russa", segundo referiu o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken.

De acordo com Kobajidze, Ivanishvili, considerado como o "governante sombra" do país caucasiano, foi sancionado "de facto" a partir de 2022, ano em que a Rússia invadiu a Ucrânia.

Para o primeiro-ministro georgiano, tal deve-se à recusa do país em abrir uma "segunda frente" na guerra da Ucrânia contra a Rússia.

"Portanto, nada muda. E a sua posição [de Ivanishvili] é semelhante: as sanções não têm qualquer conteúdo significativo", afirmou Kobajidze.

Num comunicado, o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, acusou hoje o Sonho Georgiano de "descarrilar o futuro euro-atlântico da Geórgia", um futuro que, segundo o representante de Washington, "o povo georgiano deseja na sua esmagadora maioria e que a Constituição da Geórgia exige".

O resultado, adiantou o chefe da diplomacia norte-americana, deixou a Geórgia "vulnerável à Rússia, que continua a ocupar mais de 20% do território da Geórgia".

O líder do Governo georgiano disse esperar que "as coisas mudem" com a tomada de posse a 20 de janeiro do Presidente eleito norte-americano, Donald Trump, aguardando a nova liderança norte-americana para reiniciar as relações com Washington.

Em resultado das sanções emitidas, os bens e os ativos de Ivanishvili passam a estar bloqueados no território norte-americano e os cidadãos norte-americanos ficam proibidos de efetuar transações com o antigo primeiro-ministro georgiano.

Além destas medidas, o nome de Ivanishvili consta atualmente na lista de sanções do Gabinete de Controlo de Ativos Estrangeiros (OFAC) do Departamento do Tesouro norte-americano (o equivalente ao Ministério das Finanças).

O porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller, referiu que as relações entre Ivanishvili e Moscovo são o principal motivo para a aplicação destas sanções.

A Geórgia tem atravessado uma grave crise política desde as eleições legislativas realizadas em 26 de outubro, cuja vitória foi atribuída ao partido no poder, o Sonho Georgiano.

O processo eleitoral foi alvo de várias acusações de fraude pela oposição, pela Presidente pró-europeia, Salome Zurabishvili, e pelos observadores internacionais.

A oposição acusou o atual primeiro-ministro e líder do partido, Irakli Kobajzide, de ter orquestrado uma fraude eleitoral em colaboração da Rússia, algo que este negou veementemente.

O partido no poder desde 2012 decidiu no final de novembro adiar as negociações de adesão à União Europeia (UE) para 2028, um objetivo consagrado na Constituição da antiga república soviética.

Esta decisão levou milhares de pessoas a manifestarem-se em frente ao edifício do parlamento na capital, Tbilissi, em protestos que foram violentamente reprimidos, marcados por dezenas de detenções e feridos em confrontos com as forças de segurança.

Leia Também: EUA impõem sanções ao fundador de partido na Geórgia

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