Presidente cessante e rival conservador vão a segunda volta na Croácia

O Presidente cessante da Croácia, Zoran Milanovic, venceu, mas sem a maioria para ser reeleito, a primeira volta nas eleições presidenciais, realizada hoje, e enfrentará o candidato conservador, Dragan Primorac, dentro de duas semanas, anunciou a Comissão Eleitoral.

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Lusa
29/12/2024 22:15 ‧ há 2 semanas por Lusa

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Croácia

Milanovic, cuja candidatura foi apoiada pelo Partido Social Democrata (SDP), ganhou a primeira volta das eleições com 49,20% dos votos, à frente de Primorac, a escolha de 19,43% do eleitorado, de acordo com os resultados oficiais quando estão contados os votos em quase 99% das mesas de voto.

 

O resultado surpreendeu já que uma sondagem à boca das urnas tinha dado a vitória ao Presidente cessante logo na primeira volta.

Como nenhum dos oito candidatos obteve a maioria absoluta necessária para ser nomeado Presidente, os dois mais votados, Milanovic e Primorac, terão de concorrer novamente na segunda volta destas eleições presidenciais, marcada para 12 de janeiro.

A Croácia, país de quatro milhões de habitantes, membro da NATO desde 2009 e da União Europeia (UE) desde 2013, realizou esta primeira volta de uma eleição presidencial com o atual Presidente, Zoran Milanovic, a surgir como favorito, sendo visto como contrapeso aos conservadores que dominam a política croata há 30 anos.

Os últimos anos foram marcados pela viragem de Milanovic para posições cada vez mais nacionalistas, eurocéticas e, segundo os seus críticos, pró-Rússia.

Milanovic - um jurista e diplomata de 58 anos que desempenhou as funções de primeiro-ministro entre 2011 e 2015 - é o candidato apoiado por uma frente política que junta o SDP, na oposição, e nove pequenos partidos de centro-esquerda.

O candidato do partido conservador HDZ (União Democrática Croata, partido do primeiro-ministro Andrej Plenkovic), é o médico e investigador geneticista Dragan Primorac.

O cargo de Presidente na Croácia tem essencialmente poderes protocolares, mas também grande prestígio social e alguns poderes na política externa, para além de ser o comandante-chefe das Forças Armadas.

Milanovic tornou-se Presidente da Croácia em 2020, depois de vencer, com 53% dos votos, Kolinda Grabar-Kitarovic, candidata apoiada pelo HDZ.

O seu primeiro mandato foi marcado por confrontos e desentendimentos com o Governo e, pessoalmente, com o primeiro-ministro Plenkovic.

Durante a campanha eleitoral, Dragan Primorac prometeu apoiar a política pró-europeia e pró-NATO do primeiro-ministro, que acusa Milanovic de querer "arrastar a Croácia para o mundo russo".

Milanovic, por sua vez, afirmou já no início da agressão russa contra a Ucrânia que a NATO tinha provocado Moscovo com o seu alegado "desejo de alargamento", enquanto um dos 'slogans' em que mais insistiu nesta campanha foi o de que "o soldado croata não lutará nas guerras alheias".

Leia Também: Croatas chamados às urnas no domingo para a 1.ª volta das presidenciais

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