"Aspiramos a tornar-nos membros de pleno direito da UE. É a escolha do nosso povo estabelecida na nossa Constituição e respeitamos incondicionalmente esta política", disse Mikhail Kavelashvili, antigo jogador de futebol e deputado de 53 anos, numa reunião com diplomatas georgianos.
Kavelashvili lamentou que "nos últimos tempos, a integração europeia e as políticas pró-ocidentais garantidas pela Constituição sejam frequentemente utilizadas para especulação".
"Isto conduz a uma polarização da nossa sociedade e prejudica os interesses do nosso país. O nosso dever é combater a desinformação e o sensacionalismo artificial com a verdade para continuar a integração europeia da Geórgia", afirmou.
O Presidente anunciou que "até 2028, a Geórgia cumprirá mais de 90% das condições do acordo de associação de 2014 com a UE e, até 2030, estará totalmente preparada para aderir à União Europeia".
"Gostaria de dizer também que a Geórgia está pronta para retomar as negociações sobre a adesão à UE a qualquer momento", disse, após mais de um mês de protestos da oposição sobre a decisão do Governo, liderado pelo partido Sonho Georgiano, de congelar este processo até 2028.
Kavelashvili manifestou-se ainda a favor do reforço das relações ainda abaladas com os Estados Unidos, referido que "com a nova Administração [do Presidente eleito Donald Trump] todos os mal-entendidos serão resolvidos".
Os Estados Unidos suspenderam o acordo de parceria estratégica com a Geórgia assinado em 2009 e sancionaram vários políticos e responsáveis do país, incluindo a Presidente do partido Sonho Georgiano, Bidzina Ivanishvili, depois de o atual Governo ter aprovado várias leis muito criticadas pela oposição e pelos países ocidentais.
O novo Presidente da Geórgia, Mikhail Kavelashvili, tomou posse no domingo, após uma inédita eleição por um Colégio Eleitoral, boicotada pela oposição, e perante a ameaça de prisão da chefe de Estado cessante, Salome Zurabishvili, que continua a afirmar-se como "legítima".
A chefe de Estado cessante, pró-europeia, opõe-se ao Governo, liderado pelo partido Sonho Georgiano, que é considerado pró-russo e que em novembro suspendeu as negociações para a adesão deste país candidato à União Europeia (UE).
Na semana passada, o primeiro-ministro da Geórgia, Irakli Kobakhidze, advertiu que Zurabishvili pode acabar "atrás das grades" se não deixar o poder após o término de seu mandato.
Kavelashvili foi eleito por um colégio eleitoral, composto por 300 elementos, incluindo deputados e representantes dos governos locais, tornando-se o sexto presidente na história da Geórgia desde a sua independência da União Soviética em 1991.
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