O antigo ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, renunciou ao seu lugar no parlamento, órgão conhecido como Knesset.
"Tal como acontece no campo de batalha, também acontece no serviço público. Há momentos em que é preciso parar, avaliar e escolher uma direção para atingir os objetivos", explicou o antigo governante, num discurso emitido na televisão pública, na quarta-feira.
Note-se que, à semelhança do que aconteceu com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, também foi emitido pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) um mandado de captura contra o ex-governante, no âmbito do conflito com o Hamas.
E esta não é a primeira 'saída' de Gallant, dado que, em novembro de 2024, o responsável foi demitido depois de meses de desacordos com o chefe de governo israelita.
Mas a disputa entre os dois já é mesmo anterior ao conflito com o Hamas se adensar, já que meses antes do ataque de 7 de Outubro de 2023 Gallant foi despedido por Netanyahu. A situação aconteceu em março desse mesmo ano, mas houve manifestações e e Gallant continuou no cargo.
Em novembro do ano passado, foi de vez. O anúncio foi feito por Netanyahu, que sublinhou que "nos primeiros meses de guerra tinha havido confiança e um trabalho muito frutífero", mas que nos últimos tempos a confiança se tinha "quebrado".
"Fiz muitas tentativas para colmatar estas lacunas, mas elas continuaram a aumentar", garantiu Benjamin Netanyahu, acrescentando que estas quebras de confiança chegaram não só ao público, "de forma inaceitável", como também "ao inimigo", que terá "beneficiado disso".
No mesmo dia, a 5 de novembro de 2024, Gallant justificou que a demissão foi, principalmente, por três razões: "A minha posição firme sobre o recrutamento universal [incluindo de judeus ultraortodoxos], o compromisso de devolver os reféns e a necessidade de uma comissão de inquérito estadual sobre o dia 7 de outubro".
Após Gallant ser demitido, Netanyahu 'passou' o então ministro dos Negócios Estrangeiros, Israël Katz, para a pasta da Defesa. O chefe de governo justificou a mudança dizendo que Katz "já deu provas das suas capacidades e dos seus contributos para a segurança nacional".
Em relação às divergências, note-se que Netanyahu se recusa implementar a ordem jurídica para a implementação de judeus ortodoxos no exército, face à ameaça expressa dos dois partidos ultraortodoxos da sua coligação - Shas e Judaísmo da Torá Unida. Os dois partidos dizem que se estes jovens, até agora dedicados durante toda a vida à oração e ao estudo da Torah, forem recrutados, os dois partidos desmembram o governo de Netanyahu.
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