"Feliz por estar vivo". Homem paralisado recorda ataque em Nova Orleães

Inicialmente, Jeremi julgou que o ataque se tratava de uma explosão.

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© EMILY KASK/AFP via Getty Images

Notícias ao Minuto
03/01/2025 09:51 ‧ há 2 dias por Notícias ao Minuto

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Um homem de 51 anos estava a celebrar o Ano Novo, em Nova Orleães, quando ocorreu o ataque que resultou em pelo menos 15 mortos e 30 feridos. Paralisado da cintura para baixo há vários anos devido a um acidente de carro, o utilizador de cadeira de rodas assinalou, a partir de uma cama de hospital, estar “feliz por estar vivo”.

 

“Não sabia se ia conseguir chegar aqui, e toda a gente me ajudou. Estou a recuperar. Estou feliz por estar vivo, pá”, confessou Jeremi Sensky, em declarações à ABC News.

O homem recordou que, quando a carrinha branca desceu a rua, não conseguiu perceber o que se estava a passar. Aliás, inicialmente, julgou que se tratava de uma explosão.

“Alguém estava a gritar atrás de mim, virei-me e ouvi um estrondo. A próxima coisa de que me lembro é de estar deitado no chão e a minha perna estava toda descaída, como se estivesse partida”, disse.

De facto, Jeremi sofreu várias fraturas e foi submetido a uma cirurgia demorada, mas a queda poderá ter-lhe salvado a vida.

“Ouvi tiros e pensei: ‘Espero estar fora do alcance dos tiros. Espero estar suficientemente baixo no chão para não estar no alcance dos tiros’”, reiterou.

Deitado no chão e sem se conseguir mexer, o homem tentou gritar o mais alto que conseguia. Contudo, ficou ainda mais assustado quando as autoridades se afastaram pela possibilidade de a carrinha conter engenhos explosivos.

“Estava a passar-me por causa da minha perna. [...] Ninguém chegava. Não parava de trautear à minha volta para tentar encontrar o meu telemóvel, [mas] só havia pedaços da minha cadeira de rodas. [...] Fiquei ainda mais assustado porque estava deitado junto a uma carrinha - e não me podia mexer - que podia ter explosivos”, disse.

Apesar dos ferimentos que sofreu, Sensky admitiu que se sente “sortudo” por ter sobrevivido ao ataque e por se ter reunido com a sua família.

“Já passei por muita coisa na minha vida, pá. Fiquei paralisado num acidente de viação. Essa foi provavelmente a pior parte da minha vida, e desde então tenho estado numa cadeira de rodas. Detesto dizê-lo, mas sinto-me com sorte neste momento. Estou vivo e as pessoas com quem estava ainda estão vivas”, apontou.

Pelas 3h15 de quarta-feira (9h15 em Portugal), um antigo soldado norte-americano abalroou uma multidão no bairro turístico francês de Nova Orleães, tendo matado pelo menos 15 pessoas e ferido outras 30. Shamsud-Din Jabbar, de 42 anos, foi morto num tiroteio com as autoridades.

O FBI adiantou, entretanto, que o homem terá sido o único responsável do crime, que está a ser investigado "como um possível ato de terrorismo".

"Foi identificada uma bandeira do ISIS [Estado Islâmico] no veículo e o FBI está a trabalhar para determinar as possíveis associações e afiliações do sujeito com organizações terroristas", revelou a polícia federal, em comunicado.

O atropelamento em massa ocorreu num momento em que a cidade se enchia para o Sugar Bowl, um jogo de futebol americano universitário que esperava a presença de milhares de pessoas.

Leia Também: Lusodescendente de 25 anos é umas das vítimas de ataque em Nova Orleães

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