Esta é a primeira reunião a este nível entre responsáveis das principais potências ocidentais e Ahmad al-Chareh, que assumiu o poder a 08 de dezembro, após a fuga do Presidente Bashar al-Assad.
Os chefes da diplomacia francesa, Jean-Noel Barrot, e alemã, Annalena Baerbock, cuja visita é mandatada pela União Europeia (UE), encontraram-se com o líder sírio no palácio presidencial, o mesmo local onde al-Assad recebia os seus convidados.
"Juntas, a França e a Alemanha estão ao lado do povo sírio, em toda a sua diversidade", escreveu o ministro dos Negócios Estrangeiros francês, na rede social X.
"A minha viagem de hoje, com o meu homólogo francês e em nome da UE, é um sinal claro para os sírios: um novo começo político entre a Europa e a Síria, entre a Alemanha e a Síria é possível", comentou Baerbock.
Confrontado com o desafio de unificar o país, Ahmad al-Chareh comprometeu-se a dissolver as fações armadas no país e anunciou a intenção de convocar um diálogo nacional, sem especificar a data ou quem seria convidado.
Ahmad al-Chareh tem pedido o levantamento das sanções internacionais impostas ao regime de Bashar al-Assad após a repressão sangrenta de uma revolta popular em 2011, que desencadeou uma guerra que fez mais de meio milhão de mortos, provocou o exílio de milhões de habitantes e fragmentou o país.
No edifício da embaixada francesa, encerrada desde 2012, Jean-Noel Barrot manifestou a esperança de ver "uma Síria soberana, estável e pacífica".
Os líderes de muitos países árabes e ocidentais têm viajado até Damasco após a queda de Bashar al-Assad, quebrando o isolamento imposto à Síria desde a repressão violenta da revolta popular em 2011.
A nova potência fez uma clara mudança na política da Síria, cujos principais aliados eram a Rússia e o Irão, aproximando-se em particular da Turquia e do Qatar e delineando aberturas para o Ocidente.
Jean-Noël Barrot iniciou a sua visita com um encontro com representantes religiosos da comunidade cristã, preocupados com a chegada dos islamitas ao poder.
Baerbock e Barrot visitaram celas e prisões subterrâneas onde as condições de detenção do anterior regime se revelavam desumanas e onde muitos detidos morreram sob tortura.
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