Este périplo por vários países acontece numa altura de crescentes tensões na Venezuela, que já iniciou os preparativos para a tomada de posse de Nicolás Maduro, após os resultados das eleições presidenciais de julho, que foram contestados pela oposição venezuelana e por grande parte da comunidade internacional.
Fontes oficiais da Argentina confirmaram à agência EFE que Edmundo González Urrutia, que esteve exilado em Espanha desde setembro, vai reunir-se este sábado com o Presidente argentino, Javier Milei, na Casa Rosada.
"A Argentina é o primeiro país que González Urrutia visita na América Latina na sua viagem internacional antes de 10 de janeiro. Não é coincidência: a Argentina demonstrou o seu compromisso com a liberdade, a democracia e os direitos humanos. Trata-se de consolidar o apoio para alcançar a transição", adiantou hoje à EFE Elisa Trotta, secretária-geral do Fórum Argentino para a Defesa da Democracia.
Em agosto passado, o Governo de Milei foi um dos primeiros a considerar González Urrutia como vencedor nas eleições em que, segundo os representantes eleitorais da oposição, o candidato obteve uma vantagem estrondosa sobre Maduro.
Além da escala em Buenos Aires, González Urrutia desloca-se a Montevideu para se reunir com o Presidente uruguaio, Luis Lacalle Pou, cujo Governo o reconheceu como vencedor das eleições presidenciais.
O destino seguinte do opositor venezuelano será o Panamá, onde chegará em 08 de janeiro para se encontrar com o Presidente José Raúl Mulino e, no dia seguinte, partirá para a República Dominicana para reunir com o chefe de Estado daquele país.
A oposição maioritária na Venezuela, agrupada na Plataforma Democrática Unitária (PUD), explicou que a viagem de González Urrutia faz parte de uma agenda internacional com a qual pretende consolidar o seu compromisso com a Venezuela tendo em vista "a sua tomada de posse" em 10 deste mês.
A Venezuela realizou eleições presidenciais em 28 de julho, após as quais o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) atribuiu a vitória ao atual Presidente Nicolás Maduro, com pouco mais de 51% dos votos.
A oposição afirma, porém, que Edmundo González Urrutia obteve quase 70% dos votos.
Só um pequeno grupo de países, entre os quais a Rússia, reconheceu a contestada eleição de Maduro em julho de 2024.
Em novembro passado, os Estados Unidos reconheceram Edmundo González Urrutia como Presidente eleito da Venezuela.
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