MNE chinês inicia na Namíbia a tradicional digressão anual por África

Wang Yi chegou esta segunda-feira à Namíbia, a paragem inicial de um périplo que assinala o 35.º ano consecutivo em que o chefe da diplomacia chinesa faz a primeira viagem do ano a África.

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Lusa
06/01/2025 07:51 ‧ ontem por Lusa

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De acordo com a imprensa local, o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês chegou à capital namibiana, Windhoek, para iniciar uma viagem que o levará também à República do Congo, ao Chade e à Nigéria, até 11 de janeiro.

 

O diretor executivo do Ministério das Relações Internacionais e Cooperação da Namíbia, Penda Naanda, disse que a visita de Wang se prolongará até terça-feira e incluirá reuniões com o presidente eleito do país, Netumbo Nandi-Ndaitwah, e com o atual presidente, Nangolo Mbumba.

"A Namíbia e a China mantêm fortes relações bilaterais, caracterizadas por uma estreita amizade e solidariedade", afirmou Naanda, num comunicado divulgado pela imprensa local.

Há mais de três décadas que o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês começa sempre o ano com uma viagem ao continente africano.

Ao confirmar a viagem de Wang, numa conferência de imprensa na sexta-feira, a porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, classificou a deslocação a África como uma "excelente tradição", que procura "aprofundar a cooperação prática em vários domínios e promover o desenvolvimento sustentado e profundo das relações China-África".

Mao afirmou que a Namíbia, a República do Congo, o Chade e a Nigéria são "parceiros de cooperação amigáveis da China" e que Wang tem como objetivo "promover a implementação" dos resultados do último Fórum de Cooperação China-África (FOCAC, na sigla em inglês), realizado em setembro, em Pequim.

O Presidente chinês prometeu então 360 mil milhões de yuan (47,6 mil milhões de euros) para financiar o desenvolvimento de África, ao longo dos próximos três anos.

Xi Jinping anunciou igualmente investimentos no continente no valor de 70 mil milhões de yuan (9,26 mil milhões de euros).

Xi anunciou também 30 projetos de infraestruturas e renovou a promessa de aumentar as importações agrícolas africanas, uma intenção que já tinha declarado na anterior edição da FOCAC, em Dakar, em 2021.

A China foi o maior parceiro comercial de África nos últimos 15 anos, com o volume de comércio a atingir um recorde de 282,1 mil milhões de dólares (273 mil milhões de euros), em 2023.

Críticos alertaram para o uso da estratégia do "armadilhamento pela dívida" por Pequim para alargar a influência sobre o continente, através da utilização estratégica do financiamento para tornar os países africanos cativos das exigências da China.

O défice comercial de África com a China aumentou em 2023 para 64 mil milhões de dólares (62 mil milhões de euros), embora a diferença tenha diminuído na primeira metade de 2024 graças ao crescimento das importações chinesas do continente africano.

Leia Também: China descobre mais de 20 milhões de toneladas de cobre no Tibete

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