Na semana passada, foram lançadas operações de combate ao contrabando na fronteira sírio-libanesa, onde o grupo islâmico apoiado pelo Irão tem uma forte presença.
O Hezbollah era também um aliado do antigo presidente sírio Bashar al-Assad, que foi derrubado em dezembro.
Numa declaração citada pela agência de notícias Sana, o tenente-coronel Moayed al-Salama, descrito como o comandante da região ocidental da administração da segurança fronteiriça, afirma que "a maior parte dos grupos de contrabandistas na fronteira libanesa estão ligados aos milicianos do Hezbollah, cuja presença representa atualmente uma ameaça na fronteira síria porque apoiam os traficantes de droga e de armas".
"Confirmamos que não estamos a visar o território libanês, apesar dos bombardeamentos das milícias do Hezbollah que atingem as nossas unidades", sublinha Moayed al-Salama
No sábado, o exército libanês disse ter respondido aos disparos provenientes do outro lado da fronteira síria, dois dias depois de as novas autoridades de Damasco terem anunciado o lançamento de operações contra os contrabandistas.
O exército libanês não especificou quem disparou os tiros.
Moayed al-Salama acusou "o regime extinto" de ter transformado "a fronteira sírio-libanesa em zonas de tráfico de droga ligadas às milícias do Hezbollah, favorecendo a presença de bandos de contrabandistas armados".
Nadim Madkhana, chefe da segurança fronteiriça da província de Homs, que faz fronteira com o Líbano, disse à AFP que as operações de segurança estavam "quase concluídas" e que se concentravam agora em "recuperar o controlo" das zonas fronteiriças que tinham sido palco de confrontos.
Segundo Madkhana, há "uma boa coordenação entre a segurança fronteiriça do exército sírio e do exército libanês" na fronteira.
As forças sírias já apreenderam "quintas, armazéns e fábricas que produzem e embalam haxixe e comprimidos de captagon", disse Salama, referindo-se à poderosa droga sintética que a Síria produziu em massa durante o regime de Bashar al-Assad.
Também foram encontradas prensas especializadas na impressão de dinheiro falso, bem como carregamentos de armas e drogas prestes a serem contrabandeadas, acrescentou.
A Síria partilha uma fronteira de 330 quilómetros com o Líbano, sem demarcação oficial em vários locais, o que a torna porosa e propícia ao contrabando.
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