Paris prepara-se para enviar para Argel lista de cidadãos argelinos a expulsar

A França vai enviar em breve às autoridades da Argélia uma lista de cidadãos argelinos que quer expulsar de território francês, confirmaram hoje três fontes governamentais à AFP, mencionando cerca de uma centena de pessoas.

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Lusa
13/03/2025 16:05 ‧ há 3 horas por Lusa

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A lista será enviada "hoje ou amanhã, nos próximos dias", disseram as fontes.

 

A recusa da Argélia em acolher os imigrantes clandestinos repatriados por Paris, entre os quais o autor de um atentado que matou uma pessoa a 22 de fevereiro passado em Mulhouse (leste de França), agravou ainda mais as relações já deterioradas desde que a França reconheceu a soberania marroquina sobre o Saara Ocidental, defendida por Argel, em julho de 2024.

"Não há vontade de um escalar de tensões, mas recusar a readmissão é um ataque direto aos acordos que temos com a Argélia", sublinhou terça-feira o ministro dos Negócios Estrangeiros francês, Jean-Noël Barrot, durante uma sessão de perguntas ao governo no Parlamento.

Barrot garantiu que Paris queria restabelecer boas relações com Argel e, "obviamente", resolver as tensões com este "país vizinho", "mas com rigor e sem fraquezas".

É neste contexto que Paris decidiu enviar às autoridades argelinas "uma lista de cidadãos argelinos que devem abandonar o território francês", acrescentou, sem indicar uma data.

"E esperamos que as autoridades argelinas aceitem esta lista e iniciem assim uma nova fase nas nossas relações que nos permita ultrapassar as nossas divergências e iniciar uma possível cooperação estratégica", comentou.

Uma das três fontes governamentais disse hoje à AFP que "cerca de uma centena de pessoas" deve constar da lista. Uma segunda fonte disse que havia "várias dezenas" de nomes na lista e que se tratava de uma "lista inicial". Prevê-se o envio de outras listas numa data posterior.

No final de fevereiro, o primeiro-ministro francês, François Bayrou, ameaçou "denunciar" o acordo de 1968 que confere um estatuto especial aos argelinos em França, a antiga potência colonial, em termos de circulação, residência e emprego, se a Argélia não retirasse os seus cidadãos em situação irregular no prazo de seis semanas.

O Presidente francês Emmanuel Macron jogou a carta do apaziguamento, dizendo que era "a favor, não de denunciar, mas de renegociar" o acordo.

Aguarda-se uma resposta de Argel.

Leia Também: França e Uzbequistão reforçam cooperação em minerais estratégicos

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