"Estamos muito preocupados com o perigoso ato militar hostil dos Estados Unidos, que pode levar o agudo confronto militar na região da Península Coreana a um conflito armado total", destacou um porta-voz do Ministério da Defesa, citado num comunicado divulgado pela agência de notícias estatal KCNA.
Pyongyang pediu aos Estados Unidos que "parem com as provocações que alimentam a instabilidade", acusando-os de ignorarem as preocupações de segurança da Coreia do Norte.
A agência de notícias Yonhap, da Coreia do Sul, informou que o USS Alexandria, um submarino nuclear norte-americano, chegou hoje à base naval de Busan, na Coreia do Sul, na segunda-feira.
Uma visita semelhante tinha ocorrido em novembro.
"As nossas forças armadas estão a monitorizar de perto o frequente aparecimento de ativos estratégicos dos EUA na Península Coreana e estão prontas para utilizar todos os meios para defender a segurança e os interesses do Estado, bem como a paz regional", sublinhou ainda o porta-voz do Ministério da Defesa da Coreia do Norte.
A Coreia do Norte enfatizou a importância de desenvolver as suas capacidades de autodefesa e referiu a promessa do líder Kim Jong Un, em janeiro, de continuar o programa nuclear do seu país "por tempo indeterminado".
O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, manifestou na sexta-feira a intenção de construir pontes com o regime norte-coreano de Kim Jong-un.
"Acho que é uma grande vantagem para todos que eu me dê bem com ele. Eu gosto dele, quer dizer, eu dou-me bem com ele, ele dá-se bem comigo. E isso é uma coisa boa, não é uma coisa má", frisou o republicano.
Mas a Coreia do Norte respondeu que as armas nucleares que possui não são moeda de troca para negociar, mas uma força para deter ameaças, e justificou o reforço do armamento com as aspirações geopolíticas do Ocidente.
A declaração sugere que Pyongyang não tem interesse em voltar à mesa de negociações com Washington. No primeiro mandato enquanto Presidente dos Estados Unidos (2017-2021), Donald Trump propôs à Coreia do Norte acabar com as armas nucleares em troca de apoio no desenvolvimento económico.
A mensagem norte-coreana mencionou ainda as recentes declarações da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) e da União Europeia, que reafirmaram que não vão reconhecer a Coreia do Norte como potência nuclear. Pyongyang acusa o Ocidente de ser uma força desestabilizadora da paz.
Pyongyang denunciou, além disso, a crescente participação dos países da NATO e da Europa nas manobras militares em torno da península coreana, acusando-os de procurarem o confronto e o desarmamento do país asiático, não por razões de segurança, mas para "atingir os seus objetivos políticos e militares impuros".
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