Governante britânica investigada por ligações ao Bangladesh

Uma secretária de Estado das Finanças britânica pediu hoje ao supervisor de ética do governo para investigar alegadas irregularidades relacionadas com propriedades ligadas à sua tia, Sheikh Hasina, a primeira-ministra destituída do Bangladesh.

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© Nicola Tree/Getty Images

Lusa
06/01/2025 17:15 ‧ ontem por Lusa

Mundo

Bangladesh

Numa carta tornada hoje pública, Tulip Siddiq pede a Laurie Magnus, que fiscaliza o cumprimento das regras pelos ministros do governo, para apurar "de forma independente os factos relativos" a notícias publicadas nas últimas semanas.

 

"É evidente que não fiz nada de errado", garante.

Ainda assim, retirou-se de uma delegação do governo britânico que vai visitar a China no final desta semana.

O primeiro-ministro, Keir Starmer, afirmou que Siddiq "agiu de forma totalmente correta" ao agir desta maneira e reiterou a confiança na secretária de Estado. 

Deputada há 10 anos, Tulip Siddiq, de 42 anos, e responsável pela luta contra a corrupção nos mercados financeiros no governo trabalhista eleito em julho, foi citada no mês passado numa investigação anticorrupção no Bangladesh contra Hasina. 

A investigação alega que a família de Siddiq está envolvida na intermediação de um acordo com a Rússia, em 2013, para a construção de uma central nuclear no Bangladesh, no qual teriam sido desviadas grandes somas de dinheiro.

Uma fotografia tirada no mesmo ano, dois antes de entrar para o parlamento, mostra Siddiq juntamente com a família em Moscovo e o presidente russo, Vladimir Putin, numa cerimónia para assinar o contrato.

Nos últimos dias, os jornais Sunday Times e Financial Times levantaram também dúvidas sobre a legitimidade de Siddiq ter vivido em dois apartamentos londrinos que oferecidos por apoiantes do partido Liga Awami do Bangladesh, liderado por Hasina.

Hasina foi a primeira-ministra que mais tempo esteve em funções no Bangladesh, governando o país durante 15 anos, até agosto de 2024, quando foi destituída durante revolta popular em que centenas de manifestantes foram mortos e milhares ficaram feridos. 

Fugiu para a Índia, mas ainda enfrenta vários processos judiciais por causa das mortes, incluindo acusações de crimes contra a humanidade.

Leia Também: Comunidades de Bangladesh e Brasil queixam-se de xenofobia e ignorância

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