Cobiça de Trump coloca UE à defesa de territórios ultramarinos

Os países da União Europeia (EU) mantêm 13 territórios ultramarinos, à semelhança da Gronelândia, que a cobiça de outras potências obriga agora a defender.

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© Jonathan Ernst/Reuters

Lusa
12/01/2025 09:59 ‧ há 3 horas por Lusa

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Donald Trump

O território da UE não está circunscrito aos 27 países que compõem o bloco político-económico, com países como França e Países Baixos a manterem a soberania por pequenos territórios em África, Caraíbas e até ao Pacífico.

 

No xadrez geopolítico, o Presidente eleito dos Estados Unidos (EUA), o republicano Donald Trump, quer iniciar funções, em 20 de janeiro, fazendo xeque na corrida aos materiais críticos e às rotas comerciais essenciais.

Em pontos críticos do comércio global e nalguns casos ricos em minerais, os territórios ultramarinos europeus já despertaram interesse de outras potências.

A China e o Azerbaijão foram recentemente acusados de envolvimento em ações para destabilizar a Nova Caledónia, um território francês cobiçado pelos depósitos de níquel.

O partido de extrema-direita AfD, geopoliticamente alinhado com a Rússia de Vladimir Putin, coloca entre as suas propostas exigir a entrega da ilha francesa de Maiote, ao largo da costa africana, a Comores.

São também territórios administrados por Paris a Polinésia Francesa, as ilhas de São Pedro e Miquelão, São Bartolomeu, Futuna e uma parte do território da Antártida.

Os restantes pertencem aos Países Baixos e são as ilhas de Aruba, Bonaire, Curaçau, Saba, Santo Eustáquio e São Martin.

Chegaram a ser 25 estes territórios ultramarinos, mas reduziram-se a 13 com a saída do Reino Unido, um dos países que mais possessões manteve com o fim do império britânico.

Na última semana, Donald Trump enviou o filho Donald Trump Jr. à Gronelândia para reavivar uma proposta de aquisição, por parte dos EUA, daquele território, pertencente à Dinamarca.

Trump chegou a ir mais longe e não excluiu a hipótese de os EUA utilizarem a força para controlar um território que o Presidente eleito aponta como imprescindível. As reações dos países do bloco comunitário surgiram imediatamente.

O ministro dos Negócios Estrangeiros dinamarquês, Lars Løkke Rasmussen, descartou a alienação do território, mas disse estar aberto a uma cooperação com os EUA.

As reações também chegaram da Alemanha e França, os dois maiores países da União Europeia.

O chanceler alemão, Olaf Scholz, lembrou Trump que o "princípio da inviolabilidade das fronteiras se aplica a qualquer país", independentemente de ser "um país pequeno ou um forte".

Já o ministro dos Negócios Estrangeiros francês, Jean-Noël Barrot, disse que "estava fora de questão" a UE "deixar que outras nações atacassem a soberania das suas fronteiras".

Leia Também: Congressista luso-americano considera ultrajantes aspirações expansionistas de Trump

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