Estes foram as principais conclusões de uma reunião na Arábia Saudita entre os ministros dos Negócios Estrangeiros do Egito, Qatar, Kuwait, Bahrein e Emirados Árabes Unidos, assim como dos vizinhos da Síria, Iraque, Jordânia e Líbano, de acordo com um comunicado conjunto, citado pela Efe.
A reunião seguiu-se a uma cimeira internacional "alargada" sobre a transição síria que os ministros árabes realizaram com os seus homólogos dos Estados Unidos, Reino Unido, França, Alemanha, Turquia e o Alto Representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros, Kaja Kallas, bem como enviados das Nações Unidas e da Liga Árabe, e outros representantes ocidentais.
A reunião dos ministros árabes pediu à comunidade internacional para "evitar a interferência estrangeira para garantir que a Síria recupere a sua plena soberania" e "intensificar os esforços humanitários para prestar a assistência necessária aos sírios deslocados e refugiados", segundo o comunicado final do encontro.
Apelou ainda à cooperação para "combater o terrorismo em todas as suas formas, sublinhar a necessidade de combater as organizações terroristas que ameaçam a segurança da Síria e da região e apoiar o regresso dos refugiados sírios ao seu país".
Neste sentido, sublinhou a importância de "proporcionar condições adequadas para assegurar o seu regresso voluntário e seguro, preservar as instituições do Estado sírio e evitar o seu colapso", além de "assegurar a continuidade dos serviços básicos para a população".
Os ministros árabes sublinharam também a importância de "reforçar a cooperação em matéria de segurança e de informação entre os países árabes para fazer face a qualquer ameaça terrorista proveniente do território sírio".
Vários países árabes e ocidentais, nomeadamente os Estados Unidos, manifestaram a sua preocupação com a possibilidade de a organização terrorista Estado Islâmico (EI) aproveitar a situação na Síria, após a queda de Bashar al-Assad, para retomar as suas atividades no território.
Por outro lado, os Estados árabes, como o Egito, têm-se mostrado relutantes em abordar a nova administração síria por não conhecerem os seus planos futuros e a sua orientação, uma vez que a nova liderança em Damasco é chefiada por Ahmed al Sharaa, líder da Organização de Libertação do Levante (HTS), uma antiga filial da Al-Qaeda na Síria.
Al Sharaa, que se desvinculou da Al Qaeda há mais de seis anos, afirmou repetidamente que a nova Síria não constituirá uma ameaça para nenhum país e que as fações islamistas que derrubaram Al Assad a 08 de dezembro serão dissolvidas e integradas no exército da nova Síria.
"Os ministros [árabes] sublinharam a importância de retomar o diálogo entre as diferentes partes sírias e de criar um ambiente propício à obtenção de um consenso político que conduza ao fim definitivo do conflito" na Síria, acrescenta o comunicado.
"Sublinharam igualmente a necessidade de ativar o papel da Liga Árabe no acompanhamento da implementação das decisões tomadas nesta reunião e de trabalhar na coordenação de esforços com as Nações Unidas para garantir o sucesso de quaisquer esforços políticos acordados", acrescentou.
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