"Não podemos deixar de nos preocupar com estas inconveniências incompreensíveis. Não podemos descartar uma violação do direito internacional com o avanço no Ártico", observou Valentina Matviyenko aos meios de comunicação social locais.
A presidente da câmara alta do parlamento russo lembrou as tentativas anteriores de Washington de expandir o seu controlo da plataforma continental do Ártico, algo que, segundo avisou, deve ser evitado a todo o custo.
"Uma violação do direito internacional em detrimento de outros não pode ser permitida (...). Para a Rússia, o Ártico tem uma enorme importância estratégica e geopolítica", destacou a responsável do senado da Rússia, que em 2022 invadiu a vizinha Ucrânia e em 2014 anexou a península ucraniana da Crimeia.
Valentina Matviyenko acrescentou que "o Ártico deve ser um território de paz e harmonia".
O futuro Presidente norte-americano, Donald Trump, que toma posse no dia 20 de janeiro, declarou recentemente que a "propriedade e o controlo" da Gronelândia, que já tinha tentado adquirir durante o seu primeiro mandato, é "uma necessidade absoluta" para a segurança nacional dos Estados Unidos.
O presidente regional da Gronelândia, Múte B. Egede, respondeu então que a região autónoma "não está nem estará à venda", enquanto os líderes dinamarqueses e outros da Europa também responderam com indignação.
A anexação da Gronelândia "não é uma boa ideia" e "não vai acontecer", disse Antony Blinken, secretário de Estado cessante dos Estados Unidos.
Esta ilha ártica com dois milhões de quilómetros quadrados (80% dos quais cobertos de gelo) conta com uma população de apenas 56 mil habitantes.
Desde 2009, a Gronelândia tem um novo estatuto que reconhece o direito à autodeterminação.
Os Estados Unidos mantêm uma base militar no norte da Gronelândia ao abrigo de um amplo acordo de defesa assinado em 1951 entre Copenhaga e Washington.
Leia Também: Cobiça de Trump coloca UE à defesa de territórios ultramarinos