"Temos de negociar com os Estados Unidos. Iniciámos um diálogo e começámos a explorar as possibilidades de cooperar com Trump", destacou Egede numa conferência de imprensa em Nuuk, capital da Gronelândia, segundo a televisão pública groenlandesa KNR.
Egede mencionou o setor mineiro como uma área óbvia para a cooperação, dado o rico subsolo da ilha, e sobre uma maior cooperação em defesa, apenas disse que havia um "diálogo" em curso, sem entrar em detalhes.
Os Estados Unidos têm uma base no norte da ilha ao abrigo de um amplo acordo de defesa com a Dinamarca, assinado há sete décadas, que inclui a possibilidade de aumentar a presença militar dos EUA.
Trump frisou na semana passada que não descartaria o uso da força ou sanções económicas para tomar a Gronelândia.
No domingo, o futuro vice-presidente da administração do republicano, J.D. Vance, insistiu que há um acordo para ser realizado.
"É importante que não haja conflito militar. Foi preocupante ouvir isto pela primeira vez, mas o vice-presidente declarou no domingo que não há interesse em usar armas", sublinhou Egede, que reiterou que serão os groenlandeses a decidir o seu futuro.
Egede não quis especular sobre a data de uma possível independência da Dinamarca e rejeitou qualquer cooperação com a Rússia.
Esta ilha ártica de dois milhões de quilómetros quadrados (80% cobertos de gelo) e apenas 56.000 habitantes goza de um novo estatuto desde 2009, reconhecendo o direito à autodeterminação.
A maioria dos partidos e a população apoiam a separação da Dinamarca, mas metade do orçamento da ilha depende da ajuda anual de Copenhaga e as tentativas de aumentar as receitas com a sua riqueza mineral e petrolífera falharam até agora devido às dificuldades e ao elevado custo da extração.
Nas últimas semanas, além da situação da Gronelândia o republicano insistiu na sua intenção de retomar o controlo do Canal do Panamá, mas também de anexar o Canadá ou mudar o nome do Golfo do México para "Golfo da América".
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