"Esta manhã, as forças armadas lançaram um ataque de grupo usando armas de alta precisão e 'drones' de ataque em infraestruturas essenciais de gás e energia que apoiam o complexo militar-industrial da Ucrânia", disse o exército russo num comunicado.
O exército russo disse que todos os alvos foram atingidos.
Moscovo utilizou 43 mísseis balísticos e de cruzeiro e 74 'drones' de combate, de acordo com a força aérea ucraniana, citada pela agência francesa AFP.
Trinta mísseis e 47 'drones' foram abatidos, de acordo com a mesma fonte.
Foram atingidos alvos energéticos, nomeadamente nas regiões de Kharkiv (leste), Lviv e Ivano-Frankivk (oeste).
O ataque ocorreu um dia depois de Kiev ter reivindicado a maior ação que realizou em solo russo em quase três anos de guerra, contra alvos ""a uma distância de 200 a 1.100 quilómetros no interior da Rússia".
O Ministério da Defesa russo disse que o ataque ucraniano de terça-feira envolveu seis mísseis ATACMS norte-americanos e seis mísseis Storm Shadow britânicos e prometeu retaliar.
Numa mensagem sobre o ataque de hoje, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, insistiu na necessidade de expandir as capacidades de defesa aérea da Ucrânia.
Zelensky reafirmou que alguns dos sistemas prometidos pelos aliados da NATO ainda não chegaram ao país.
Referiu que na reunião da semana passada na Alemanha com os parceiros da Ucrânia as partes falaram sobre licenças para a produção de defesas aéreas e sistemas antimíssil na Ucrânia.
"Podem ser garantias de segurança eficazes para a Ucrânia, e isso também é realista e pode ser cumprido", disse Zelensky, citado pela agência espanhola EFE.
A Rússia lançou grande parte dos mísseis utilizados nos recentes ataques contra o oeste da Ucrânia, onde, segundo especialistas contactados pela EFE, está a tentar destruir os depósitos de gás que se concentram na zona.
Desde o início da guerra, Moscovo tem tentado repetidamente paralisar a rede elétrica da Ucrânia, negando ao país aquecimento, eletricidade e água corrente, num esforço para quebrar o espírito ucraniano.
Os ataques também têm procurado perturbar a indústria de fabrico de produtos de defesa da Ucrânia, segundo a agência norte-americana AP.
"Estamos a meio do inverno e o objetivo da Rússia mantém-se inalterado: as nossas infraestruturas energéticas", lamentou Zelensky nas redes sociais.
O líder ucraniano chegou hoje de manhã a Varsóvia, onde se vai reunir com o primeiro-ministro polaco, Donald Tusk, cujo país assumiu em 01 de janeiro a presidência rotativa do Conselho da União Europeia.
"Guerra, armas, sanções" e disputas históricas estarão na ordem do dia das negociações em Varsóvia, disse o chefe da administração presidencial ucraniana, Andriy Yermak, nas redes sociais, segundo a AFP.
As informações sobre o curso da guerra divulgadas pelas duas partes não podem ser verificadas de imediato por fontes independentes.
A guerra foi desencadeada pela invasão russa da Ucrânia ordenada em fevereiro de 2022 pelo Presidente Vladimir Putin para "desmilitarizar e desnazificar" o país vizinho.
Desconhece-se o número de vítimas civis e militares em quase três anos de combates, mas diversas fontes, incluindo a Organização das Nações Unidas, têm admitido que será elevado.
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